Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
12/02/2018 00h11
JOSÉ DO PATROCÍNIO (6) – AÇÃO OU OMISSÃO

            Se realmente move-nos a indignação contra as forças destruidoras das trevas, que fizeram súditos e representantes entre quem, um dia, foi alvo de confiança, está na hora de elevar a voz para erguer os ânimos dos filhos da Terra, para exortar e estimular ações. Mesmo daqui, continuamos, amando aqueles que ficaram do outro lado do rio da vida. Sendo assim, não nos calaremos, mesmo que os pretensos donos da verdade espiritual reprovem nossa atitude, defendendo, em última análise, que a postura adequada seria a omissão, nesta hora de graves consequências para o povo, as instituições do bem e o destino de toda a nação. Não se intimidem com os comentários de censura e repreensão, pois os que assim agem, sem o saberem, sofrem processo de hipnose dos sentidos, em franco estágio de fascinação.

            Einstein já dizia que o mundo é difícil de se viver, não por aqueles que fazem o mal, mas por aqueles que observam tudo e deixa acontecer.

            A tendência de permanecer na omissão pertence ao repertório do instinto, da matéria, da biologia. O repouso além das necessidades, a preguiça, é o principal motor para isso acontecer.

            Sinto a ação das forças destruidoras das trevas ao meu redor, violência nas ruas, corrupção nos gabinetes, fico indignado com isso, mas permaneço mais omisso que atuante. Sei que tenho um trabalho comunitário, que escrevo este diário e publico alguns textos, mas tudo de forma tímida que não chega ao grande público, mesmo tendo um canal universitário onde poderia ser mais atuante.

            Tenho a consciência que este corpo cheio de instintos para a sua preservação, é simplesmente um instrumento de minha evolução espiritual e que isso passa por fazer a vontade do Pai, nosso Criador, no sentido da harmonização coletiva e construção de um Reino de características divinas. Todos nós, por mais ignorante ou bruto que seja, possui essa destinação, mesmo que seja por caminhos diferentes. O próprio Jesus, que não tem tanta necessidade de evolução quanto nós, teve que vir encarnar ao nosso lado para ensinar as regras gerais que precisávamos para ter um comportamento aliado ao Bem. Sujeitou-se as mais atrozes provações físicas, sabendo que o seu foco era o cumprimento da missão que o Pai lhe deu e que começou aos 30 anos de idade. Durante esse tempo de 30 anos de vida, Ele viveu com os pais biológicos se preparou psíquica e espiritualmente para fazer a vontade do nosso Pai. Foi, submisso, ao batismo com João, no rio Jordão e entrou no deserto durante 40 dias para o preparo final, para entrar na comunidade e fazer o que precisava ser feito.

            Assim somos todos nós, criados para cumprir uma missão de Amor em nome do Pai, por minúscula que seja. Muitos ainda não conseguem ter essa consciência, vivem como animais brutos, entre eles alguns com tendências agressivas, destrutivas, que podem ser fatais ao próximo, tanto quanto qualquer fera das matas. Para essas “pessoas” temos que nos defender como feras que no momento elas representam ser, pois têm o sentido de nos destruir.

            A Quaresma está próxima, começa dentro de três dias. É o momento que tenho de entrar no deserto psicológico, ficar mais próximo do Pai e das lições do Mestre Jesus, procurar me capacitar ainda mais para voltar à comunidade pronto para agir dentro do meu potencial, deixar de tanta omissão e fazer um pouco mais de ação.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 12/02/2018 às 00h11