Sióstio de Lapa
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Meu Diário
26/02/2018 23h05
CHINA E A SANTA SÉ

            Com 66 milhões de membros e o título de maior partido político do mundo, o Partido Comunista Chinês (PCC) governa a China desde 1949, sem tolerar oposição e geralmente reagindo de maneira polêmica em relação a dissidentes.

            O partido exerce influência sobre vários aspectos da vida dos cidadãos chineses – do que aprendem na escola, assistem na televisão, seus empregos, suas religiões, suas casas e até o número de filhos que podem ter.

            Milhões de fiéis chineses se sentem abandonados e traídos após décadas de opressão marxista, por execuções, martirizações, sofrida por fidelidade a Roma. A ideia do ditador Xi Jingping é “sinizar” a igreja chinesa independendizando-a de Roma e submetendo-a às políticas socialistas ditadas pela liderança marxista do Partido Comunista.

            O presidente marxista pôs isso bem claro no XIX Congresso do PC em outubro de 2017: “a cultura (...) deve ser aproveitada para a causa do socialismo de acordo com a orientação do marxismo”. Acrescentando que por causa disso a religião deve ter uma “orientação chinesa” e se adaptar à sociedade socialista guiada pelo partido. (The Washington Post, 18-10-2017).

            O bispo Guo passou quase um mês em detenção antes da Semana Santa de 2017. De acordo com AsiaNews, na prisão os agentes do governo apresentaram ao bispo resistente um documento a assinar. Segundo esse, ele aceitaria “voluntariamente” ser reduzido a bispo coadjutor. Em troca receberia um reconhecimento do governo, uma “honraria” acompanhada de vantagens materiais concedidas aos colaboracionistas com o comunismo.

            A diretiva “Sincronização da religião” é um sofisma (argumento ou raciocínio concebido com o objetivo de produzir a ilusão da verdade) do ditador Xi Jingping que na essência impõe que as religiões não obedeçam a autoridade estrangeira alguma – leia-se Roma – e professem o socialismo. Exige também que a Santa Sé reconheça sete bispos ilicitamente sagrados. Desses sete, Dom Huang e mais dois foram excomungados publicamente pela Santa Sé. Pequim, daria em troca o reconhecimento de 20 candidatos ao episcopado nomeados pela Santa Sé nos últimos anos, desde que se ponham à serviço da comunidade pró-marxista.

            Há entre 9 e 12 milhões de católicos na China, e metade deles recusa a submissão à igreja cismática criada pelo regime. O Vaticano pretende obriga-los a se submeterem ao sistema anticristão alegando uma conciliação.

            Reconhecendo a pseudo igreja “patriótica”, o Vaticano estaria danificando a pregação católica no país, trocando as lições do Mestre pela ideologia marxista. Os clérigos “patrióticos”, como é bem sabido no país, cortam passagens da Bíblia consideradas politicamente subversivas pelo Partido Comunista.

            Milhões de fiéis chineses se sentiriam abandonados e traídos após décadas de opressão sofrida por fidelidade à Roma.

            A diplomacia vaticana já sacrificou o Primaz anticomunista da Hungria, e o arcebispo de Budapeste para aguardar os soviéticos e o regime títere que instalaram no país. Para o influente “Wall Street Journal”, a imagem do Papa Francisco está ficando sem sentido. O pontífice que já não ajudava is ucranianos oprimidos e invadidos pela Rússia, agora dá as costas aos perseguidos católicos chineses e se alia com os perseguidores. Ele parece ter abandonado o perfil de “campeão dos oprimidos” diz o jornal em sua manchete, e até está se tornando líder dos opressores, auxiliado inescrupulosamente pelo seu assessor Mons. Marcelo Sánchez Sorondo

Fica a pergunta, porque ocorre uma certa miopia nos homens que têm a responsabilidade de levar adiante a mensagem do Cristo, da forma mais pura possível, e se tornam manipulados pelos ditadores que tão claramente mostram ações contrárias ao que Jesus ensinava?

Publicado por Sióstio de Lapa
em 26/02/2018 às 23h05