Minha consciência vem emergindo de uma situação de gueto cultural para a fisionomia do mundo atual, sem grandes raízes de convicções. As histórias, mitológicas ou verídicas, e geralmente misturadas, são elementos que formatam meus paradigmas, sempre coerentes com a Verdade e o Bem, comum e individual. As histórias das Cruzadas, da Inquisição, de Francisco de Assis, de Paulo de Tarso, todos giram em torno das lições de Jesus de Nazaré, coerentes ou incoerentes com o que Ele ensinou, mas que não transforma o centro de sua personalidade, mesmo que existam certas histórias contadas sobre Ele que não estão sintonizadas com suas lições, e até mesmo com a lógica.
Dessa forma, considero que o Cristianismo que defendo está bem relacionado com o ideal que faço da personalidade do Cristo, e as histórias que tomo conhecimento e são incoerentes com o homem que tenho como modelo, deixo de lado. Não quer dizer que agindo assim estou escamoteando a Verdade, estou apenas preservando um modelo comportamental que elegi como prioridade, e não posso deixar que uma única história discordante venha a destruir meus paradigmas. Essas histórias incoerentes ou dissonantes sobre o Cristo que conheço, não são ignoradas e deixadas para sempre engavetadas nos porões do subconsciente. São deixadas em arquivos, prontas a se articularem com outras histórias semelhantes até o momento que tenham força suficiente para criar uma nova lógica e reforma de paradigmas.
Observo os erros cometidos pelos cristãos do passado, tanto quanto observo o erro dos cristãos do presente, mas isso não quer dizer que o Cristo esteja envolvido com esses erros de perspectiva dentro da história. Catalogo os fatos que aconteceram ao longo da história e faço a minha conclusão, mesmo que isso vá de encontro a interpretação que é feita dentro da cultura e que segue como orientação para todos.
Comprometido com essa conquista histórica de valores que leva à construção dos meus paradigmas, tenho o Cristo como modelo, suas lições como indispensáveis para a formação de uma sociedade fraterna, onde a Lei do Amor seja seguida por todos. Para ser honesto com essa compreensão, a consciência detentora da presença de Deus, exige que eu siga o que surge na consciência como o correto a ser realizado, mesmo que isso vá de encontro aos valores culturais e até mesmo as minhas necessidades instintivas.