Tem momentos que encucamos algo que não esperávamos que fosse assim. Pois não é que ao tomar banho, sentindo a agua deslizar pelo meu corpo e fazendo aquele exercício espiritual que já postei neste espaço, sobre como sintonizar com os efeitos benéficos da água no momento do banho, veio à mente que eu estava sintonizando com a divindade. A água pertence à Natureza que por sua vez pode representar a divindade, porém é do sexo feminino, não seria Deus e sim a Deusa.
Foi nesse momento que imaginei o casal, o Pai e a Mãe, como origem da minha existência e também de tudo que existe no Cosmo. Fiz um paralelo com a criação do homem, e logo em seguida a criação da mulher, a partir de uma costela retirada do homem durante o seu sono. Fazendo um paralelo, imaginei Deus como a entidade divina masculina, energia suprema do Universo, caracterizado como o Amor. Durante um sono, correspondente ao que aconteceu com Adão, foi criada a Natureza e todos os seus elementos, visíveis e invisíveis à nossa capacidade de ver, a partir de uma “costela” dEle.
Assim, toda minha relação com a Natureza, é uma relação com a divindade feminina. A agua do banho e de matar a sede, as plantas do jardim e das florestas, o vento, o sol, enfim, tudo que eu reverenciava como sendo um Deus masculino, mesmo que eu saiba que Suas característica inclui a assexualidade, assim como acontece com os anjos.
Mas, da mesma forma que mantenho a construção racional de Adão e Eva como uma alegoria dos fundadores da humanidade e suas relações com o espiritual, também posso construir a alegoria do Deus feminino e masculino, formados com o mesmo raciocínio que construí com o jardim do Éden.
Confesso que fico mais satisfeito com uma alegoria feita dessa forma, traçando esse paralelo feminino-masculino com a divindade. Talvez melhore ainda mais a minha sintonia com Deus, pois desenvolvendo o Amor em todos os meus relacionamentos, estarei sintonizado com o Deus masculino, enquanto a minha relação com qualquer aspecto da Natureza demonstra minha sintonia com a divindade feminina.
Talvez essa tenha sido a intuição da humanidade em seus primórdios, quando reverenciava a Deusa representada pela Natureza. Esta minha intuição pode ser a emergência de elementos atávicos que estão registrados em meu inconsciente de natureza coletiva.