Ao ler um trecho da carta do Espírito José do Patrocínio, escrita pelo médium Robson Pinheiro e publicada no livro “O Golpe”, achei interessante e resolvi publicar aqui para a reflexão coletiva com meus leitores.
... Em oração, auxiliemos quanto for possível, a fim de que aqueles que temporariamente detém o poder em suas mãos não se sintam desamparados. Isso porque eles, de maneira mais acentuada, carregam sobre os ombros o peso das decisões que poderão afetar expressiva parcela da população já tão sofrida e desgastada do nosso país. Os que tentam acertar, em qualquer âmbito em que se encontrem, precisam de orações de qualquer um de nós.
A família brasileira, os religiosos, os espiritualistas, aqueles que mantém a chama da fé acesa no templo do coração devem se unir e ter a coragem de se manifestar, de ser o fermento que levede a massa, de dar a sua opinião e de posicionar-se, de maneira ordeira. Roguemos que a inspiração se derrame sobre quem dela carece, a fim de conduzir o povo brasileiro ao equilíbrio de forças, tão necessário a este momento delicado.
Se é verdade que forças da oposição ao bem e ao progresso estão em guerra declarada contra as realizações e as conquistas da nação, também existe outra verdade indiscutível. É que, acima de todos nós, as bênçãos de Jesus patrocinam a atuação dos guardiões superiores por meio daqueles que se irmanam no objetivo de contornar – quiçá superar – a situação atual.
Convém que a democracia, a pátria, os cidadãos brasileiros, o povo de todas as classes sociais abandone ideias sectárias e ilusões acerca da existência de um plano, um grupo ou um partido salvacionista. Importa agir em conjunto, deixando de lado diferenças, brigas, intrigas e disputas para ver quem dominará, de modo a trabalhar por uma nação mais forte e fortalecer as lideranças que tentam, ainda que de forma limitada ou acanhada, conduzir a embarcação nacional a um porto seguro. Não há como não lembrar: aqueles que estão no poder e que governam, confie-se neles ou não, são tão humanos quanto vós; são filhos do mesmo Pai e requerem apoio e prece, ansiando por saber que os bons torcem e oram para que vençam as dificuldades mais expressivas. Nunca esqueçamos que eles, como nós, caem, erram, choram, passam noites sem dormir, pois ninguém, em sã consciência, vê uma situação deste naipe, como ora ocorre ao país, e se sente confortável, alheio a apreensões de toda espécie. Os que governam, por mais que se discorde deles, também sofrem, têm suas lutas internas e se digladiam com as mesmas falanges espirituais que se opõem ao bem.
Não obstante, tal verdade não justifica a inércia e a omissão dos bons; não aduz a aceitação, de braços cruzados, dos mais ardorosos descalabros, pois estamos em pleno combate contra forças espirituais da maldade, que intentam impedir que esta nação cumpra seu legado espiritual.
Se é uma realidade que vivemos um momento de crise, num campo de batalha espiritual palco são a nação e o próprio planeta, por outro lado, saibamos ter compaixão, perseverar e nos unir em torno de um pacto nacional regido pelo condão de promover auxílio. Não desistamos de ser bons somente porque os maus proliferam ao redor. Tenhamos coragem de lutar pela justiça e pelo bem, mesmo que os lobos estejam, neste momento, movidos pelos mais profundos desatinos. ...
Dentro desses argumentos, que me parecem válidos, fica a alternativa de orar pelo presidente Michel Temer, ao invés de repetir os chavões das ruas, dentro das narrativas ideológicas, do “fora Temer”.
Bem sei que a população foi maciçamente às ruas pedindo o impeachment da presidente, eleita com base em mentiras e arrodeada de escândalos de propinas, de corrupção em todos os escalões, principalmente na estatal onde ela tinha o poder de decisão, a Petrobrás, e que foi arrasada com tanto derrame de dinheiro.
Sei que eu também estava dentro da população que enchia as ruas de forma ordeira, pedindo uma solução. Felizmente o impeachment aconteceu e como seria esperado o vice assumiu. Logo foi carimbado com o título de traidor, que dera um golpe na sua chefe.
Essa pecha de golpista pode até ser usado, se imaginarmos que o vice-presidente também fazia parte da quadrilha que corrompia o Brasil, e que aceitou o movimento popular e o impeachment ao invés de ficar entre seus companheiros de quadrilha. Nesse sentido é que poderemos acatar o termo golpista para ele, e não porque ele assumiu a vaga da presidência dentro do rito constitucional que foi aplicado.
Assim, observamos o esforço que ele está fazendo para retirar o país do caos em que foi jogado, apesar da avalanche de críticas que recebe, até merecidas, reconheço, pois os fatos apontam que ele fazia ou faz parte dessa quadrilha que tomou o país. Porém, devemos também reconhecer o esforço que ele faz para retirar o país do abismo, fato esse confirmado pelos números financeiros, que mostram o país fora da recessão. Por esse motivo, merece mais nossas orações que nossos apupos.