Ainda fazendo reflexões dentro do texto do espírito de José de Patrocínio, pela mediunidade de Robson Pinheiro, vamos observar mais um trecho.
...Que a lei se cumpra para todos, no entanto, digladiarem-se uns contra os outros, trocarem acusações de parte a parte, reduzindo tudo a mero jogo de poder, não nos levará a nada. A nau soçobra, e, portanto, é fundamental unir as forças, unir as habilidades, unir as possibilidades de cada lado, de cada partido, de cada cidadão; urge que cada qual dê o melhor de si e se pronuncie publicamente em favor da nação, e não em favor de si próprio ou de idealismos que só beneficiam a quem deseja o poder a todo custo. Sabendo que atravessamos um momento de crise, em meio a uma tempestade avassaladora, é crucial dar as mãos e formar um feixe de varas, unidos no propósito de fazer o Brasil superar este momento e prosseguir na construção do seu futuro. Do contrário, cabe indagar até onde a dor, a calamidade, o caos e a insensatez terão de chegar para que a busca pela solução ganhe lugar de destaque, à frente de disputas, querelas e divergências?
Unir-se não implica abandonar os próprios ideais ou a perspectiva sobre a situação, a vida e as forças que concorrem nos bastidores deste momento histórico de desafios. Unir-se significa, diante da crise que afeta a todos, calar temporariamente as dissidências, os discursos inflamados e os pontos de discórdia, no intuito de fortalecer a nação, que neste momento precisa do melhor de cada um, do melhor de cada lado, independentemente das particularidades defendidas por este ou aquele. Acima dos partidos, das corporações e das facções está o povo, a nação, a família brasileira. Portanto, conclamamos nossos irmãos, de todas as religiões e os matizes, a se unirem em oração, não importa a visão partidária e pessoal que porventura nutram – direito que assiste a cada um. Mas que não se restrinjam apenas a vibrações, pois o mal só será superado quando os realmente bons se manifestarem, expuserem-se em nome do que acreditam; enfim, quando os bons deixarem de ser tímidos ou covardes. Somente assim o bem prosperará na Terra (“Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons? Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão,” – Kardec, Alan. O Livro dos Espíritos).
Este trecho leva à nossa reflexão que somos realmente tímidos, talvez sendo complacente conosco mesmo a não nos caracterizarmos como covardes. Sabemos do bem que está sendo escorraçado, do mal que está sendo endeusado, e ficamos calados, quando muito reclamando com o vizinho. Nossa voz em defesa do bem não chega a ser ouvida, prefere ficar muda a entrar em confronto, a gastarmos nossa energia com esse tipo de luta ao invés de procurarmos algum tipo de lazer, de prazer.
Reflito tudo isso olhando não para muito longe, e sim para mim mesmo. Talvez estes escritos que publico neste diário de forma tão tímida, seja muito pequena contribuição à verdade frente o potencial que já adquiri, e quase sempre proporcionado pelo suor daqueles que pagam impostos e esperam de mim uma atuação mais coerente.
Talvez ninguém perceba a minha fragilidade moral, ética, frente ao compromisso adquirido com o conhecimento, mas com certeza o Pai não está desatento e percebe, e espera a minha tomada de ação naquilo que representa a Sua vontade dentro do meu comportamento, já que eu já assumi que quero fazer a Sua vontade e não a minha.