Caminhar parece ser uma decisão lógica, do livre arbítrio dirigido pelo raciocínio, pelo juízo crítico. Mas parece que não é bem assim, em algumas circunstâncias. Tem momentos que parece ser o coração quem decide. Não coloca nenhuma explicação, simplesmente começa a caminhar por determinada estrada, mesmo sem justificativa para tal.
Coração e cérebro são órgãos de nossa fisiologia humana, herdada do meio animal, com instintos que lutam para preservar em primeiro lugar e por cima de tudo, a vida biológica dos trilhões de células organizadas no corpo físico.
O Espírito é a outra entidade de interesse fundamental neste estudo, pois irá na arena representada pela mente, construída pelo cérebro, entrar em confronto com os instintos biológicos, da animalidade. Os instintos procuram a melhor forma de garantir a sobrevivência do corpo, tanto na preservação da própria vida como na preservação da espécie; o Espírito procura vencer essa força instintiva, egoísta, para fazer prevalecer os sentimentos de solidariedade, da família universal, do amor incondicional, pré-requisitos para a construção do Reino de Deus.
Portanto, esta é a batalha que está sendo travada à nível mental, quando o coração invade a mente carregando consigo os instintos animais e o Espírito atento verifica até onde o comportamento que está sendo motivado na busca do prazer, não está contrário às leis de Deus, principalmente naquela bussola comportamental que Jesus nos ensinou: “amar ao próximo como a si mesmo” e “fazer ao próximo o que gostarias que fizessem contigo”.
Então, quando sentirmos o coração falar com força dentro da mente, querendo superar a coerência da ética, sem o devido cuidado com o próximo, o Espírito deve ficar atento para não causar prejuízo ao redor.
Isso acontece muito frequentemente nos relacionamentos afetivos, quando o sentimento de atração surge e de alguma forma vai crescendo na mente da pessoa no sentido de superar todas as críticas. Este é o momento que o Espírito deve funcionar como um farol, iluminando todas as reentrâncias da mente, vasculhando todas as consequências que um ato pode realizar.
Mesmo que o comportamento tenha uma conotação romântica, que tenha um forte atrativo para a aproximação e integração por mais íntima que seja, o Espírito deve ser o guardião dos procedimentos, para nada ser feito fora dos parâmetros do Amor Incondicional.