Conforme o estudo de Rodrigo da Silva, estou colocando as informações para melhor conceituar o Fascismo, termo tão usado e pouco entendido pelos que o usam.
Grave bem. Essa é a primeira coisa que você precisa saber antes de sair por aí acusando alguém usando essa expressão: o maior inimigo do fascismo é o liberalismo. Essa era a opinião de Mussolini, o grande líder totalitário italiano.
“O fascismo é definitivamente e absolutamente oposto às doutrinas do liberalismo, tanto na esfera econômica quanto na política.”
Para ele, o liberalismo era uma espécie de “religião desconhecida” que precisava ser combatida. Mussolini era desses que acreditava que o século vinte seria o “século do fascismo”. Não por acaso, ele resumiu toda doutrina fascista numa regra muito clara, que virou quase um bordão de tão precisa: “Tudo para o Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado.”
Reparou? Essa é a essência do tal Estado totalitário: é tudo nele e nada fora dele. Ou seja, o fascismo é a ideia que todas as ações humanas devem satisfações a uma organização central. O Estado deve dirigir uma economia corporativista, controlando cada movimento do mercado, ao mesmo tempo em que impõe claros limites às liberdades individuais. Em resumo, esse é o exato oposto do que defendeu toda literatura liberal ao longo dos últimos trezentos anos. Isso também é muito próximo daquilo que os socialistas instituíram em diferentes regimes ao redor do mundo no último século.
Moeller van den Bruck, o ideólogo nazista que serviu como forte influência para o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, captou o sentimento da juventude alemã antes da ascensão de Hitler. Era genuinamente antiliberal.
“O liberalismo é uma filosofia de vida à qual a juventude alemã volta hoje às costas com nojo, cólera e um desprezo especial, pois não há nada mais exótico, mais repugnante e mais contrário à sua filosofia. A juventude alemã dos nossos dias reconhece no liberalismo o arqui-inimigo.”
Para ele, a ascensão do fascismo nos mais diversos cantos da Europa eram facilmente explicada:
“Todas as forças antiliberais estão se unindo contra tudo que é liberal.”
No artigo “A redescoberta do liberalismo”, o alemão Eduard Heimann, um dos líderes do socialismo religioso alemão, era outro a destacar o ódio dos fascistas pelos liberais:
“Hitler jamais pretendeu representar o verdadeiro liberalismo. O liberalismo tem a honra de ser a doutrina mais odiada por Hitler.”
Passado tanto tempo, é exatamente por isso que soa tão estúpido quando liberais são acusados de fascistas. Na verdade, é o contrário. O fascismo é uma espécie de religião do Estado. É a crença que o Estado deve assumir totalmente a responsabilidade por cada aspecto da vida humana em detrimento do individualismo. O Estado deve gerir o nosso bem-estar e cuidar da nossa saúde. E não apenas isso. Deve também impor uma uniformidade de pensamento – leia-se: instaurar uma ditadura do pensamento único, onde as expressões não são livres, construídas a partir da boa vontade de uma liderança política.
Na prática, a construção de uma sociedade fascista é inteiramente calcada pelo antiliberalismo.
Concordo com as opiniões do autor. Tenho muitos exemplos do que foi dito de pessoas tachadas de fascistas por defenderem um comportamento liberal. Porém, como o fascismo adquiriu essa máscara de maldade, conforme os desatinos de seus líderes no passado, com o peso da responsabilidade de tantas mortes nos seus ombros, que procuram detonar seus adversários construindo falsas narrativas sobre a ingenuidade de pessoas ignorantes ou mesmo dando suporte aquelas que tem interesse em manter o status quo de quem se beneficia do poder usando medidas autoritárias com a máscara de democratas.