Participando de reuniões de A.A. observei que lá existe a Sacola da Gratidão, onde os membros que podem e querem colocam suas contribuições financeiras. Fazem isso porque eles são autônomos, não dependem de nenhuma contribuição de fora para a existência dos serviços que pregam. Ao fim da reunião é recolhido o dinheiro depositado e o valor divulgado de imediato no mural de avisos e entregue ao tesoureiro para fazer os devidos pagamentos.
Participando de reuniões de grupos espíritas, observo que não existe um sistema parecido com o do A.A. nem de nenhuma outra igreja cristã que conheço, onde sempre tem algum recurso bastante explícito de doações, e muitas vezes até de exigência de um dízimo a ser pago mensalmente.
No Centro Espírita a pessoa chega, senta, assiste as palestras, recebe passes, toma água fluidificada, diálogo fraterno e qualquer outra ação que seja indicada para seu caso, e vai embora sem ser confrontado com as necessidades financeiras do Centro. Os trabalhadores são os responsáveis exclusivos para o cumprimento das exigências financeiras. Nem o A.A. que tem todo o rigor em não receber doações de fora tem esse comportamento. Eles mantém uma “sacola da gratidão” à vista de todos e recebem doações de todos os visitantes que chegam e se sentem tocados pela Consciência Coletiva, expressão do Poder Superior.
Acredito que possamos fazer algo parecido no Centro Espírita, deixar correr entre os presentes, na hora da palestra evangélica, um Envelope da Cooperação, identificado com esse título e explicando de forma sucinta que servirá exclusivamente para a melhora dos serviços a serem prestados, onde quem queira e possa colaborar, pode depositar sua contribuição de forma anônima.
O valor arrecadado dentro do envelope será publicado no mural de informações junto com o valor arrecadado pelos membros. Ao lado será publicado também as despesas ocorridas no mês, uma prestação de contas para mostrar com transparência a Receita e a Despesa que o Centro movimentou no referido mês.
Não acredito que uma ação como essa venha descaracterizar o trabalho evangélico que o Centro Espírita desempenha, pois até no colegiado do Cristo existia a figura do tesoureiro, Judas, que recebia contribuições de fora para ajudar ao Mestre cumprir a responsabilidade da sua missão.
No entanto reconheço a responsabilidade de se lidar com dinheiro, como ele pode desvirtuar as mais nobres intenções. Mas a transparência em nossos atos serve de antídoto para que não sigamos o caminho de Judas. O dinheiro quando bem empregado é uma virtude, como ensinou Jesus na parábola dos talentos.