A grande missão de Jesus Cristo na sua vinda à Terra, encarnando entre nós, foi ensinar sobre o Amor Incondicional, como formar a família Universal e construir o Reino de Deus. Essas lições apesar de ouvidas, registradas nos Evangelhos, ensinadas nas igrejas, até hoje não foram bem assimiladas. Continuamos a viver mergulhados no egoísmo, mesmo que construamos templos suntuosos que ensina a fé e a importância das lições do Amor. A prática está muito distante.
Mas uma cadela parece que teve muito sucesso em despertar nas pessoas ao redor esse clima de solidariedade que é característica da Família Universal. Vejamos essa reportagem abaixo.
Uma cadela que vive nas ruas de Tanquinho, que é ali no interior da Bahia, é a grande atração da cidade. Esse animal já foi adotado por todos os moradores e por um motivo religioso. Esse animal não perde uma missa, Sandra.
- Quem conta essa história é o repórter José Raimundo...
- (Repórter) Toda vez que os sinos tocam, ela sai de onde estiver e pega o caminho da igreja. Entra com os fiéis e procura um lugar onde possa acompanhar a missa sossegada. Geralmente embaixo de um banco, mas diante do altar. Sempre atenta e de olho no padre, um dos protetores, padrinho.
- (Padre) Se eu celebro três missas aqui num dia, ela sempre está presente em todas.
- (Repórter) De tanto frequentar a igreja a cadela conquistou a admiração não só dos católicos. Menina, como é conhecida, é o xodó de todos os moradores de Tanquinho, uma pequena cidade do sertão da Bahia.
- (Morador) Menina, é nosso patrimônio, mexeu com ela, mexeu com a gente.
- (Moradora) Todo mundo teria vontade, eu mesma teria vontade de leva-la, mas se levar vai gerar ciúmes.
- (Repórter) Ela é tão querida que tem liberdade para entrar em qualquer casa e há sempre um vaso cheio d’água para matar a sede.
- (Morador) É mais fácil faltar água na geladeira do que pra cadela.
- (Repórter) E na hora de comer, ela aparece em alguma cozinha e é bem recebida onde chega.
- (Moradora) Oh, meu amor! Já vai viu?
- (Repórter) O que ela come?
- (Moradora) Come frango, arroz, come tudo que a gente vai comendo...
- (Repórter) Comida, carinho, cuidados... nada falta pra ela. Mas antes, não era bem assim. A cadela morava numa casa, mas a família foi embora da cidade e ela passou a viver nas ruas. Seria a sensação de abandono o motivo que a tornou tão católica? Disso ninguém sabe, e nunca vai saber. Mas essa Menina é de uma solidariedade... quando morre alguém, acompanha o enterro até o cemitério.
- (Moradora) A tristeza da família é grande, mas quando a gente olha pra Menina a gente sente um grande conforto.
- (Repórter) Até os velórios ela costuma ir, dizem os moradores. Vai também às procissões, nunca falta as celebrações da igreja... uma beata...
- (Padre) Não é uma beata no sentido religioso, mas pode ser uma beata no mundo animal.
Estas são as atitudes que teremos com o próximo, com o nosso irmão, humano como nós, que por um motivo ou outro passa a ficar desamparado pelas ruas, não importa o sexo ou a idade. Hoje ainda vemos essas pessoas formarem favelas desestruturadas, dormirem nas calçadas ou embaixo de pontes e viadutos e mendigarem nas ruas... para nós são pessoas invisíveis que o Evangelho que conhecemos não sintoniza com elas.
Talvez tenhamos que ir para Tanquinho, na Bahia, e receber lições de reforço de Menina...