Recebi pelo WhatsApp um texto assinado por Ricardo Wildberger Lisboa referente a campanha política à presidente que acho importante colocar aqui para nossas reflexões.
BOLSONARO: UMA ARARA AZUL
Eu nunca fui um fã de Bolsonaro. Tampouco venho fazendo campanha para ele. Todavia, não há como reconhecer um fato alarmante: ele é o único candidato conservador, de direita, à Presidência da República, em décadas. E isso não é pouca coisa. Bolsonaro, em que pese o seu pouco preparo intelectual, seu destrambelhamento ao debater e discursar, sua tendência a se deixar emparedar pelo entrevistador (que sempre o coloca numa defensiva que lhe desperdiça a palavra), é um elemento precioso a ser olhado e preservado, pois é um espécime praticamente extinto. Olho para ele e a impressão que me dá é de tratar-se de um raro exemplar que, por um acidente, escapou do arquivo morto do laboratório que, paciente e impiedosamente, vem submetendo o Brasil a uma delinquente engenharia social de esquerda. Um experimento que a história está farta a nos mostrar como sempre termina e, para que não restem dúvidas, nos oferece na vizinha Venezuela um exemplo amargo, ao vivo e a cores – predominantemente amarelo fome, cinza chumbo e vermelho sangue – de quais são as consequências dessa sempre macabra aventura.
Uma democracia plena e sadia não pode prescindir da presença de forças tanto de direita quanto de esquerda. Agir nos bastidores de forma a privar sub-repticiamente uma dessas forças de seu lugar legítimo no jogo político é falsear a própria democracia. Não obstante, é justamente isso o que as esquerdas fizeram no Brasil das últimas décadas, demonizando a direita em todos os seus aspectos, a ponto de praticamente bani-la do imaginário nacional. Estabeleceu-se no país um senso comum socialista, de forma calculada e gradativa, a ponto das pessoas não se darem conta de que foram condicionadas a algo que, bem examinado, não as convém. No entanto, elas sequer têm consciência disso, tal é a diabólica crueldade psicológica na implementação desse programa. Dessa forma, todos os nossos partidos políticos são, hoje, de esquerda, assim como têm sido de esquerda todos os candidatos à Presidência da República de várias eleições, o que é inteiramente disfuncional. Como costumo dizer, o país da bossa-nova inventou a “democracia de uma asa só”, como se fosse possível voar longe desse jeito: não é!
Os valores que Bolsonaro defende – e é preciso que se lhes procure debaixo de toda aura de desqualificação com que todo o stablishment se empenha em envolver o candidato – são valores que construíram a grandeza de todas as verdadeiras Nações do planeta: apreço pelas liberdades individuais, pela democracia, pela família, pelos mercados livres, pela religião, pelo estado de direito, por uma economia aberta e liberal, uma educação de qualidade, sendo implacável com a corrupção, o crime e a impunidade, justiça célere, defesa da propriedade e do território nacional, tratando bandido como bandido, e tirando o protagonismo do desenvolvimento das mãos pantagruélicas e burras do Estado, para devolvê-lo à sociedade, ao contribuinte, àqueles que efetivamente pagam a conta e não vêm recebendo a justa contrapartida de todo o esforço que dedicam à sua manutenção. Ou seja: o que ele defende é um conjunto virtuoso de valores, exatamente o oposto do que as esquerdas produziram nessas últimas décadas no Brasil.
A herança que recebemos das esquerdas é um país quebrado, desempregado, onde a família se decompõe e todos os conflitos de minorias são incentivados, dotado de um senso comum socialista disfuncional, injusto, onde metade de toda riqueza passa – via ditadura fiscal – pelas mãos ineficientes e inescrupulosas do Estado, onde mais de 60 mil pessoas são assassinadas anualmente, toda sua alta cultura foi implacavelmente destruída, e em cuja vida grassam as piores máfias empresariais e partidárias, num festival de horrores cívicos, bandalheira e impunidade. Diante de um homem como Jair Bolsonaro – que recebe hoje todo o apoio da população, com chances reais de ser eleito – as esquerdas atônitas e unidas obedecem a um único comando: destruí-lo!
Nessa segunda feira este homem foi entrevistado no programa Roda Viva, um dos mais longevos da televisão brasileira, até recentemente bem conduzido pelo jornalista Augusto Nunes e que agora passou a funcionar sob o comando de Ricardo Lessa, um ex-militante do antigo grupo terrorista MR-8. E foi como um ex-guerrilheiro do MR-8 que Lessa conduziu a entrevista a Jair Bolsonaro, à frente de uma bancada de jornalistas que, em vez de abordar a agenda do candidato para o eventual governo de um Brasil que se desenrola daqui para a frente, fixou-se de forma patética no jazigo perpétuo da história recente nacional, a exumar tudo aquilo que a Lei de Anistia se encarregou de sepultar e exorcizar, com o objetivo claro de desqualificar e destruir a perigosa ameaça que eles viam na pessoa daquele ex-capitão, e que a opinião pública – cheia de escoriações e farta do país que a mistificação de esquerda vem solapando – escolheu para depositar suas esperanças de uma guinada mais que tardia, imprescindível e inadiável à direita.
Assino em baixo de toda essa argumentação, colocando apenas que não considero o Bolsonaro com pouco conteúdo intelectual, e que a Lei de Anistia e a Comissão da Verdade, deviam atuar nos dois campos em litigio, e não só procurar prejudicar um e beneficiar outro. Enfim, os soldados mortos pelos terroristas, no cumprimento do seu dever, não mereciam também ser reconhecidos e suas famílias ou os próprios serem recompensados? Não é assim que deve funcionar a Justiça? Com vendas nos olhos?