Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
01/10/2018 23h59
ORAÇÃO OUTUBRO 2018

            Olá, Pai. Hoje quero conversar contigo, sem precisar ser um formato de oração. Simplesmente conversar, de filho para Pai... como bons amigos...

            Sei que o Senhor não vai considerar falta de respeito, pois sei que a Tua essência é o Amor, a tolerância, a compreensão. Pois preciso saber algumas coisas, tirar algumas dúvidas da minha mente.

            Sei que o Senhor é meu Pai, que eu Te devo respeito e obedecer a Tua vontade. Sei que eu também me tornei pai, que seguindo o Teu exemplo, os meus filhos biológicos devem seguir os mesmos passos que eu sigo em respeito a Ti. Mas tal não acontece, eu não sinto o mesmo respeito, a mesma sintonia com a minha vontade.

            Sei que entre mim e o Senhor  existe uma distância imensurável, mas a qualidade da relação tem um forte paralelismo. Meus filhos também foram gerados por mim, sem a minha participação eles jamais teriam existidos. Sei que eles levam o meu DNA biológico, da mesma forma que todos nós, Seus filhos, levamos conosco a Tua centelha divina em nosso gérmen espiritual.

            Eu cumpro a Tua vontade, Pai, pois sei que és bem mais sábio que eu, mais poderoso, mais inteligente, mais bondoso e amoroso. Como eu poderia ir de encontro a Ti? Saber que colocas tantos caminhos ao meu dispor, para eu me dirigir mais próximo de i, e escolher um caminho associado ao mal, a mentira, que me leva para distante de Ti? Sei que não posso fazer isso, e se tal acontecer, sei que irei pagar algum preço pelo fato da minha ignorância.

            Por isso nunca critiquei o meu pai biológico, sabia do respeito que eu devia a ele, pelo fato dele ter sido instrumento para a minha vinda a este mundo. Mesmo que ele não tenha colaborado tanto para a minha existência a partir do meu nascimento. A minha mãe separou dele quando eu tinha cinco anos de idade, devido os seus defeitos, e mudamos de cidade. Minha mãe como não tinha condições de me alimentar nem educar, me deixou morar definitivamente com minha avó. Nunca recebi nenhuma visita do meu pai. Não quero entrar no mérito de o julgar, não é essa minha competência, e sim de amá-lo e respeitá-lo. Cada um tem sua missão, os débitos a pagar, a ignorância para errar... e eu não sei quais são os dele.

            Agora, Pai, vejo meus filhos e de tantos outros filhos na relação com seus pais biológicos. É como se todos considerassem os seus pais como um velho ultrapassado pelo tempo e que sua opinião não tem mias sintonia nem com o presente nem com o futuro.

            Estamos agora em campanha política. Tenho uma boa experiência da política, já fui dirigente partidário, militante, candidato a diversos cargos, sempre cuidando de cumprir a Tua vontade. Minha consciência está limpa com relação a isso. No entanto, os meus filhos expressam uma vontade diretamente oposta à minha, e defendem um candidato que se comporta completamente fora do meu foco de ação. Qual o motivo disso acontecer? Quais argumentos que eles levantam que se tornam superiores aos meus? Teoria que aprendeu de forma diferente? Vantagens que conseguiram de fontes contrárias as minhas? Mas que benefício poderia ser mais forte que a doação da vida?

            Assim, Pai, antes que possa me responder, eu concluo que é falta de sabedoria. Eu posso está errado em minhas conclusões, é verdade, mas os filhos devem o respeito aos pais e se tal erro acontece com o pai, se ele está enganado, os filhos devem ajudar a orientá-lo para o caminho correto, o caminho do bem, da verdade... mas tal não acontece. É como se existisse um abismo, onde o tocar no assunto leva a um maior distanciamento... então ficamos calados sobre os pontos de discórdia.

            Sim, Pai, a culpa maior é minha, pois eu como pai, deveria ter a sabedoria suficiente para abordar o assunto e colocar os termos de uma forma compreensiva, como o Senhor faz comigo a todo momento, em cada decisão. Talvez eu não tenha ficado com eles o tempo suficiente para formarem um laço parecido com o que tenho conTigo, pois hoje sei que sempre estás perto de mim, mesmo eu não O vendo, mas O sinto no coração.

            Portanto, Pai, termino como sempre das outras vezes... Dá-me sabedoria para entender e forças e coragem para agir... com os meus filhos e com os filhos de outros pais, afinal todos somos irmãos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 01/10/2018 às 23h59