Trago mais um texto que circula nas redes sociais para mais uma reflexão, com relação a forma de estruturar o nosso pensamento e construir convicções, com a pretensa assinatura de Lisandra Lopes, Juíza do Trabalho como autora.
Desde a época que Haddad estava em SP eu tinha certa admiração por ele. Pesquisei, vi vídeos, falas dele, li o programa e “fechei” que votaria nele. Embora pensasse muito em Guilherme Boulos.
Mas na última hora resolvi votar em Ciro, porque as pesquisas indicavam que só ele vencia Bolsonaro com folga no segundo turno. Fiz isso porque a candidatura de Ciro não fere a maioria das minhas convicções e enxerguei que o projeto maior era dizer não à BARBARIE.
Depois de votar, sai da urna para sentar no chão, num lugar reservado da rua, e chorar. Chorar por tanta gente que achava que conhecia e que descobri que defende um candidato que não tem nada, nenhum projeto interessante, a não ser o discurso de ódio. Ou que relativiza esse discurso. E chorei por mim, por ter aberto mão de votar em dois candidatos que estavam, para mim, em primeiro lugar: Haddad e Boulos.
Conto isso aqui, o choro, a inconsistência na última hora, para conclamar os eleitores de Ciro Gomes: doeu abrir mão da minha escolha, mas nada dói mais do que a perspectiva de Bolsonaro eleito, naturalizando condutas violentas, discriminatórias e antidemocráticas.
O mundo não é perfeito e nunca será. Com a vitória de Haddad, serão inúmeros os problemas a serem enfrentados, e um dos maiores será a polarização que não se encerra nesta eleição. Mas depende de nós fazer o que é possível, e o possível, acreditem, é evitar o retrocesso civilizatório que Bolsonaro representa.
Costumo dizer que nada é tão ruim que não possa piorar. O país está ruim? Sim, está péssimo. Mas, acreditem, podem ficar pavoroso.
Pensem nas crianças. Pensem na liberdade que temos, de discutir, debater. Pensem nos outros. O outro é uma pessoa com todos os sonhos, as capacidades, os pensamentos e recursos que você tem. O outro amanhã pode ser seu filho, sua filha, seu amigo ou amiga. E sim, pode ser você. Ninguém está imune ao ódio.
Deixemos de lado as diferenças. Vamos juntos contra o ódio e o retrocesso!
O texto do dia anterior, da situação do Piauí após 16 anos de governo esquerdista, não tive condições de refletir com mais ênfase, pois afinal tudo poderia ser falso. Mas este texto que defende uma determinada narrativa, pode facilmente ser contraditada por outra narrativa mais aproximada da verdade, do meu ponto de vista claro!
O argumento principal para desautorizar a narrativa da juíza, é que, sabendo do roubo amplo e descarado que essa turma do PT e seus associados fizeram ao Brasil, tudo bem esclarecido pela própria Justiça, é inconcebível que alguém de sã raciocínio, que não pertence a quadrilha e que não recebe benefícios de qualquer natureza com o mínimo de ética, não perceba que os candidatos que se apresentam dentro dessas legendas associadas à corrupção não podem ter nenhum tipo de legitimidade. O “ódio” que ela carimba o Bolsonaro por bradar com tanta veemência contra esses crimes contra o Estado e contra o cidadão, é o mesmo sentimento que incendeia o meu coração e de milhões de brasileiros, que enchem as ruas em defesa da ética e da moralidade.
O argumento de retrocesso à barbárie que atemoriza a juíza parece uma canção de ninar de “boi da cara preta” para assustar crianças e fazerem elas dormirem. Já estamos dentro de uma barbárie que os partidos que ela defende provocou: crimes bárbaros em penitenciárias, nas vias pública, dentro das residências... e ela ainda chora ao pensar que os responsáveis por essa situação podem não ser eleitos pelos votos limpos, sem compras de qualquer natureza pela população mais esclarecida?
Sim, posso estar errado e ela está certa, essa condição deve sempre está presente nas nossas convicções. Por isso peço ajuda aos meus leitores, se possível referendar qual argumento está mais próximo da verdade, pois até agora eu não encontrei nenhum argumento para me fazer arrepender de ter largado a bandeira vermelha que um dia eu empunhei.