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Meu Diário
10/01/2019 02h01
ASSASSINO ECONÔMICO (4) - EQUADOR, 1981

            Continuação da entrevista com o economista John Perkins.

            O Equador, por muitos anos, havia sido governado por ditadores a favor dos EUA, normalmente muito violentos. Decidiu-se que haveria uma eleição realmente democrática e Jaime Roldós se candidatou declarando que sua meta, como presidente, seria garantir que os resultados do país fossem usados para ajudar o povo. E ele venceu, com folga, com uma vantagem jamais vista no Equador, e começou a implementar suas políticas para que os lucros do petróleo fossem para ajudar as pessoas. Bem, nós nos EUA não gostamos disso. Fui enviado com outros assassinos econômicos para “dar um jeito em Roldós”, para corrompe-lo, cerca-lo, para dizer a ele que “bem, você sabe, você e sua família podem ficar muito ricos se você jogar nosso jogo, mas se você continuar com essas políticas, promessas... você vai ter que sair”. Ele não quis nos ouvir. Ele foi assassinado. Assim que o avião caiu, toda a área foi cercada e as únicas pessoas autorizadas foram os militares dos EUA que vieram de uma base próxima dali, e os militares do Equador. Quando começaram uma investigação duas das testemunhas-chaves morreram em acidentes de carro antes de dar depoimento. Aconteceram muitas coisas estranhas em relação ao assassinato de Jaime Roldós. Quem investiga o caso como eu não tem dúvidas de que ele foi assassinado e, claro, na minha posição de assassino econômico, eu sempre imaginava que algo aconteceria com Jaime, fosse um golpe ou assassinato, mas ele seria tirado de cena porque ele não era corrupto, ele não se deixava corromper da forma que queríamos.

            O vírus da corrupção mostra a sua força dentro do pensamento humano, e começamos a ver que ele não tem uma ideologia salutar. Onde ele se entranha causa prejuízos à coletividade, à nação, mesmo que venha com cores libertárias, democráticas. Colocarei abaixo um texto escrito por jo.ustra e publicado em 20 de outubro de 2017, que circula na internet e que pode ser acessado em https://www.averdadesufocada.com/index.php?option=com_content&view=article&id=15524:o-assassinato-de-celso-daniel-e-as-outras-misteriosas-onze-mortes&catid=47&Itemid=94.

Corrupção

O assassinato de Celso Daniel e as outras misteriosas onze mortes

Celso Daniel desapareceu em 18 de janeiro de 2002 para surgir morto – e torturado – dois dias depois. Ironia do destino, o primeiro inquérito policial foi concluído no primeiro de abril daquele ano. E tentaria vender a versão de que o prefeito de Santo André teria sido vítima de sete sequestradores trapalhões que levaram o milionário errado, arrependeram-se e resolveram o problema entregando a vítima para um menor disparar-lhe onze tiros. A família, no entanto, defende que o petista fora vítima de crime político, uma vez que possuiria um dossiê sobre um esquema corrupto envolvendo empresas de transporte e o financiamento ao Partido dos Trabalhadores.

Fato é que aquela não foi a única morte estranha envolvendo o prefeito de Santo André. Pelo menos oito pessoas ligadas ao caso morreram misteriosamente nos anos seguintes: Dionísio Aquino Severo - O sequestrador de Celso Daniel morreu três meses após o crime, segundo a versão oficial, vítima de uma “facção rival”; Sergio, o ‘Orelha’

Acobertou o sequestrador após o crime e o fuzilaram em novembro de 2002; Otávio Mercier, o investigador da Polícia Civil que havia ligado para o sequestrador na véspera do assassinato e foi morto a tiros em sua casa; Antônio Palácio de Oliveira, o garçom que serviu Celso Daniel na noite do crime e mataram-no em fevereiro de 2003; Paulo Henrique Brito, testemunhou a morte do garçom e o assassinaram três semanas depois; Iran Moraes Redua, agente funerário que reconheceu o corpo de Celso Daniel jogado na estrada e chamou a polícia e foi morto em novembro de 2004; Carlos Delmonte Printes, era o legista que confirmou as torturas sofridas por Celso Daniel e apareceu morto no próprio escritório em outubro de 2005; Josimar Ferreira de Oliveira, o delegado que registrou a morte de Celso Daniel e foi assassinado em janeiro de 2015.

O prefeito de Santo André, no entanto, não foi a primeira morte estranha envolvendo prefeitos petistas. Quatro meses antes, Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, fora assassinado apenas 8 meses após assumir a prefeitura de Campinas. No inquérito, mais uma vez a polícia tentou vender a versão de que o político havia sido vítima de um crime comum. O caso repercutiu bem menos pois ocorrera na noite anterior ao 11 de setembro de 2001.

Contudo, muito se especula a respeito do que ocorreu há quase duas décadas em Rio Grande da Serra, o município menos conhecido dos sete que completam o “Grande ABC”. O prefeito José Carlos de Arruda foi assassinado num roteiro muito semelhante ao ocorrido com Celso Daniel. “Carlão”, como era conhecido, foi sequestrado na noite de 30 de março de 1998 e, no primeiro de abril seguinte, surgiu torturado e morto com cinco tiros. Por muito tempo, o principal suspeito foi um empresário dono de uma empresa de transportes. Apenas em 2010 alguns culpados foram para a cadeia. Segundo o Diário do Grande ABC, “foram seis acusados de matar o ex-prefeito: dois executores, Reinaldo Dionísio Alves (o Pilica) e Zito; um intermediário, Ademir Miranda, o Brinquinho, e três mandantes, que eram vereadores do município na época do crime – Valdir Mitterstein, o Gaúcho, Ramon Velásquez e Expedito Oliveira.” Todavia, o “ex-prefeito de Rio Grande da Serra, Ramon Velásquez, teve o processo arquivado pelo Tribunal de Justiça por falta de provas“. O próprio PT nacional cuidou da defesa de Velásquez usando o mesmo Márcio Thomaz Bastos que viria a ser ministro da Justiça de Lula.

Em 2016, em mais um primeiro de abril, a Lava Jato prendeu Ronan Maria Pinto, o dono do “Diário do Grande ABC”. O empresário teria chantageado Lula, José Dirceu e Gilberto Carvalho ameaçando contar o que sabia sobre a morte de Celso Daniel. Suspeitava-se que teria recebido R$ 6 milhões para ficar calado. Sérgio Moro o condenou a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro.

Observamos que o vírus da corrupção, engendrado no berço do egoísmo humano está espalhado por todos os lugares do globo e por todas as épocas. Não é uma ideologia também engendrada pelo homem, portador do egoísmo e do vírus, que irá transformar a sociedade corrupta em todos os ângulos. Somente as lições do Mestre Jesus, devidamente absorvida por quem tiver interesse, limpando o coração do egoísmo desenfreado e praticando o amor incondicional é que pode trazer essa transformação social. A questão é: como trazer essa reforma íntima que deve ser operada inicialmente por cada um, para o ambiente da coletividade, da nação? Parece que nesse ponto de extrapolação do individual para o coletivo é que o homem se torna mais frágil, inclusive sob a influência do poder, e o egoísmo passa a ser mais ativo e a corrupção se manifestar, atropelando qualquer princípio de justiça e ética que encontre pela frente.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 10/01/2019 às 02h01