Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
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Mas a humilhação da Alemanha está longe do fim, e logo uma nova retratação vai garantir que as ideias arianas malucas de Eckart sejam ouvidas. No verão de 1919, os vitoriosos Aliados se reúnem em Paris, e, em 28 de junho, eles e a Alemanha assinam um documento importante: o Tratado de Versalhes. Há alegria generalizada em toda a Europa, mas para a Alemanha o tratado é desastroso. Ele exige compensação e vingança pela Primeira Guerra Mundial.
Ninguém previa ao certo quanto os alemães sofreriam por causa das restrições do tratado. A Alemanha é multada em mais de 260 bilhões de marcos de ouro, o equivalente a US$ 860 bilhões atualmente. Um quinto de suas indústrias é tomado pelos Aliados. E eles perdem todas as colônias no exterior.
Na Europa, eles são forçados a entregar 13% do território alemão aos países fronteiriços. Quase sete milhões de alemães perdem a cidadania e são obrigados a fazer parte de nações como a Polônia e Tchecoslováquia.
Nacionalistas como Dietrich Eckart não conseguiam aceitar que a Alemanha fosse tratada assim. Era um grande exemplo de vergonha nacional. A orgulhosa Alemanha de Eckart, a crescente potência industrial da Europa, tinha sido incapacitada.
Em agosto de 1919, um novo governo democrático, a República de Weimar, toma forma. Criado para substituir o governo autocrático do cáiser e de seus generais. Mas, para Eckart, ele é fraco e dominado por judeus e políticos liberais. Ele quer que seu partido tome o poder. Mas para fazer isso ele precisa de um homem que fale diretamente com o povo, um líder inspirador.
A palavra “messias” é usada por Eckart mais de uma vez em seus textos. Ele queria uma Alemanha regenerada. Mas como conseguir isso? Precisamos de um messias.
Tradicionalmente, líderes eram pessoas com linhagem, mas na época havia um anseio comum por um novo tipo de líder político, que não podia ser uma figura conhecida.
Eckart escreveu um notório poema em 1918 em que descreve uma figura chamada O Inominado, ou O Grandioso, que é um soldado alemão comum com olhos de fogo que virá salvar o povo alemão.
Mesma situação: da Alemanha em crise ao Brasil em crise. A Alemanha ansiava por um salvador da praça, alguém que a retirasse da humilhação a que foi submetida, a situação de miséria pelo pagamento aos vitoriosos da guerra. No Brasil, esperávamos também algum político diferente dos tradicionais, que meteram o país dentro de uma crise sem precedentes, devido ao alto grau de corrupção que implantou em todos os setores da administração pública e privada. Os gritos de protestos da nação que, revoltada, encheu as ruas das principais cidades do país, sintonizaram com a postura crítica do deputado Jair Bolsonaro e o elegeu para presidente contra tudo e contra todos. Daí, bem pertinente o seu slogan: Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.
Interessante que em seu nome existe a partícula, Messias, que era a procura da Alemanha por alguém que a salvasse. Terminaram por encontrar Hitler, e espero, que o nosso “Messias”, tenha um comportamento diametralmente oposto ao dele, o que é bem sinalizado para isso pelas bandeiras cristãs que levanta.