O Evangelho foi feito para dar frutos. Os frutos somos nós que iremos produzir, colocando em prática as lições do Evangelho. Mas, parece que ainda estamos na fase de evangelização, de levar aos povos as lições do Evangelho. Em fazer a sua prática, poucos estão dispostos.
É interessante observar, que muitas pessoas dentro das igrejas, que tem uma presença constante, sempre estão indo às missas, aos cultos, mas não conseguem aplicar as lições evangélicas. É fácil observar isso, pois a aplicação do Evangelho implica a não aplicação do egoísmo. E é o egoísmo que vemos falar mais alto.
Há pouco eu escutei de uma senhora bem idosa, muito católica, dessas que vai semanalmente a igreja, mais de uma vez. Pois bem, deveria estar dando os frutos do Evangelho, agir com compaixão, solidariedade, justiça, amor. Mas não observo isso.
Ela mostra todo amor aos seus filhos, isso é muito justo e nobre. Muito biológico também, diretamente ligado ao interesse sanguíneo. Não serve como uma prova robusta. Como será o comportamento, quando os interesses de terceiros se confrontarem com os interesses dos seus filhos? Será que haverá justiça? Se os terceiros tiverem razão, será aplicada a justiça? Não tenho observado isso.
Acontece que eu já possuo uma compreensão maior das lições de Jesus, já sinto as consequências do que pode acontecer comigo mesmo antes de fazer o que minha coerência exige que eu faça, a justiça, mesmo que implique ir de encontro aos meus interesses egoístas. É tanto que agi com tanta ousadia, que acredito, a maioria das pessoas não conseguem agir de tal forma.
Para aplicar a justiça e poder namorar com outras pessoas, mesmo sendo casado, tive que aceitar racionalmente, que a minha mulher deveria ter o mesmo direito. Fiz isso e ela fez também. Levei o nome pejorativo de corno, fui criticado inclusive por minha mãe, que não queria ver o nome do filho enxovalhado.
Poderiam me perguntar, e isso muitas vezes é feito, inclusive por minha primeira esposa que se sente a grande prejudicada, apesar da liberdade que ela tinha. Esse seu comportamento corresponde a um fruto vindo do pomar do Evangelho? Digo que sim, ela e muitas outras pessoas dizem que não.
Na minha compreensão, a justiça que apliquei na questão, sob a luz do Evangelho, foi o fruto que eu produzi. Digo isso porque vejo a maioria dos homens se comportando dessa maneira, namorando fora do casamento, sem o devido cuidado com a namorada, com mentiras frente a esposa e a sociedade. Aí é que não vejo frutos do Evangelho, mesmo essa pessoa indo regularmente a igreja e dando suas esmolas quando conveniente.
Pois bem, podemos fazer muitas ações que parecem frutos do Evangelho, mas devemos observar se por trás não existe interesses egoístas. Senão, não observamos quando o fruto está estragado.