Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
24/04/2019 00h22
HOMEM CARANGUEJO

            Colocando a sequência do meu exercício de corrida na areia da praia, da Praia do Meio até a Praia de Ponta Negra, onde na primeira fase dei o título de Homem-Cavalo, pois nos movimentos alternativos de Marcha Militar, os pés são forçados para trás como num coice de cavalo.

            O próximo movimento que alterno com a Marcha Militar, é um movimento de Polichinelo, onde faço 30 Polichinelos, pulando no mesmo lugar com as pernas abertas e os braços para cima.

            Quando faço esse movimento em casa, sempre é feito no mesmo lugar, como todos os outros. Mas fazendo dentro de uma corrida como esta, para um lugar distante, verifiquei que seria melhor fazer e se deslocando para o lugar de destino. Mas como seria difícil o deslocamento para frente, na execução do Polichinelo, resolvi ficar de lado e assim fazer o movimento de avanço para o meu destino. Percebi que os rastros deixados na areia eram bem interessantes, os pés se deslocando para o lado, como o movimento do caranguejo.

            Comparei com o movimento anterior que parecia com o movimento do cavalo, um ser mais poderoso e exposto na natureza, comparado com o frágil caranguejo que vive de forma introspectiva, dentro dos mangues, escondido em suas locas. Seria essa a comparação, o meu espírito identificado com a introspecção, com a vida sem expressão, comparada com o viril cavalo.

            Acontece que o espírito tem por responsabilidade dominar as forças instintivas do corpo, por mais forte que sejam. Quando o movimento do cavalo é realizado, representa as forças instintivas que estão sendo manifestadas, enquanto no movimento do caranguejo são as forças do espírito que sai da toca e se deixa representar pelos movimentos do corpo. É um sinal do despertar do espírito e que tem por função a domesticação das forças instintivas do corpo biológico.

            Durante o exercício da corrida, os dois movimentos são alternados, como se não houvesse nenhuma evolução a partir daí. É como se houvesse acontecido um equilíbrio, onde o corpo e o espírito estivessem numa situação de empate. Mas, a trilha evolutiva aponta para o predomínio do espírito sobre o corpo e isso pode ser representado também na corrida.

            Mas esse será o tema do próximo texto, que deve encontrar a possibilidade de representar a condição evolutiva do espirito.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/04/2019 às 00h22