Vamos elaborar um contrato de convivência. Não podemos formular um contrato de casamento, pois para mim isso é incompatível. Não se adequa aos meus atuais paradigmas de vida.
Primeiro, amor. Devemos nos relacionar sempre dentro do amor, isso implica trazer junto todas as virtudes associadas: tolerância, compaixão, perdão, solidariedade, humildade, etc. Essas virtudes devem sempre estar presentes nos nossos mais íntimos ou distantes formas de se relacionar, mas também pode ser dirigido a terceiros, e isso será muito gratificante, para mim.
Segundo, liberdade. Temos que ter e dar toda a liberdade possível ao outro. Jamais exigir tal ou qual comportamento do outro. Pode ser dialogado sobre a conveniência ou não de tal comportamento, mas o outro sempre terá prioridade no seu próprio comportamento. Se esse comportamento provoca qualquer tipo de emoção no outro, que prejudique a sua qualidade de vida, o outro tem todo o direito de sair do relacionamento, sem quaisquer queixas ou ressentimentos, pois este é o contrato.
Terceiro, sintonia. É importante que haja sintonia entre os paradigmas de um e outro, mesmo que o caminho de cada um tenha suas diferenças. Fica claro a partir deste momento, que a minha missão de vida está associada a compreensão que tenho, dentro da consciência, da vontade de Deus. Compreendo que Ele quer que eu realize ao meu entorno, o Reino dos Céus, como já coloquei dentro do meu coração. Isso implica em praticar o amor inclusivo, sem ciúmes de qualquer natureza. Por esse motivo, o primeiro e o segundo item são importantes, condições sine qua non para a sua realização.
Isso não implica num relacionamento para a vida toda, ninguém pode prever o que pode surgir no futuro. Implica sim, num relacionamento harmônico, com companheirismo, onde um colabora com o crescimento do outro, independente das relações que cada um possa estabelecer no seu contexto de vida.
Este tipo de relacionamento é o que mais se aproxima da construção da Família Universal, quebrando o poder da família nuclear. Assim, será feito o alicerce para o Reino de Deus, onde cada um possa se ver como um irmão, um pai para uma criança, um filho para um idoso, independente dos laços sanguíneos.
Não será fácil implementar tal contrato, sempre haverá as forças do egoísmo associadas aos interesses da nossa animalidade, vendo nas pessoas que se aproximam como adversários. Porém, o espírito, responsável pela condução do corpo biológico, deverá assumir a responsabilidade dessa condução, de promover a evolução espiritual em detrimento da evolução biológica.