Dentro do estudo da espiritualidade, Deus tem um papel central e que devemos compreender para melhor situar os nossos paradigmas de vida.
A série intitulada “A História de Deus” transmitida pela Netflix e conduzida por Morgan Freeman, traz interessantes abordagens sobre essa questão e serve para que possamos refletir e nos conduzir melhor, de acordo com nossas intenções e boa vontade.
Na Temporada 1, episódio 4, que tem o título “Quem é Deus” vamos observar um trecho interessante nos últimos 12 minutos, que irei reproduzir os diálogos neste trabalho, e oriento para quem se interessar pelo assunto, procurar assistir a série na íntegra.
- Se acreditamos que Deus não só nos cerca, mas também tem o poder de se mover em nós, será que podemos descobrir o que é Deus olhando dentro de nossas mentes? Por milhares de anos, para muita gente, Deus é invisível, intangível, uma presença sentida, mas não vista ou tocada. Mas a ciência talvez possa mudar isso. Peguei um trem para a Filadélfia para ver um neurocientista que estuda o cérebro quando temos experiências religiosas. Eu vou ver se encontro a presença de Deus em meu cérebro.
O Dr. Andy Newberg é pioneiro no que ele chama de neuroteologia,
- Sei que fez muitas pesquisas sobre o cérebro, como ele reage à meditação espiritual. Pode elaborar isso?
- Claro. Quando olhamos para o cérebro vemos diferenças quando as pessoas são religiosas, quando estão tentando orar, meditar sobre Deus. Podemos ver o que se passa quando pensamos em Deus, quando rezamos, o que quer que seja.
- Então procura manifestações físicas de Deus?
- Sim, procuramos.
- Quero saber se há essa manifestação dentro de mim, no meu cérebro.
- Certo, podemos ver isso.
Primeiro vem uma injeção com tintura radioativa. Com o contraste na minha corrente sanguínea Andy pode medir quanto sangue passa pelo meu cérebro. Quanto mais eu usar uma parte do cérebro, mais o contraste vai se acumular. Eu já fiz uma imagem relaxado, de olhos fechados. Agora vou tentar meditar sobre o divino para ver o que muda.
- Agora se concentre na sua respiração. Tente ficar do melhor modo possível. Tente se concentrar. Acho que vai dar certo.
- Pode começar.
- Pode parar de meditar. Como foi?
- Foi bom. Quanto durou?
- Uns 11 ou 12 minutos.
Antes que o contraste seja absorvido, vou para uma maca, deito de costa para fazer uma imagem 3D no aparelho de ressonância magnética, para ver se meu cérebro mudou porque pensei em Deus.
- O que vê, se é que vê algo? (Observando as imagens com o médico).
- Aqui estão as duas imagens. Aqui, em descanso. Aqui, meditando. Se olhar para os lobos frontais está quase tudo amarelo, só um pouco de vermelho. Durante a meditação, está bem vermelho. Então, se estiver concentrado, orando, focado em Deus, tentando se comunicar com Deus, você tende a aumentar a atividade aqui.
- Como comparar, digamos, com uma freira rezando, com um monge budista meditando? Existe comparação?
- Assim como as freiras concentradas em oração, budistas focados numa imagem, todos ativam o lobo frontal. Exatamente como você fez.
- Se eu estivesse vendo a imagem de Deus, você saberia?
- Já escaneamos um ateu, que medita muito bem. Pedimos para ele meditar sobre Deus e ele não conseguiu ativar muito os lobos frontais. Aliás, como pode ver, diminuiu um pouco. (São mostradas as imagens do ateu). Mesmo dizendo que estava se concentrando em Deus, ele não se saiu muito bem, porque não acredita de fato. Então, acho que, independente de qual seja sua prática, qual sua religião, a chave é se você acredita, se é importante para você.
- Incrível alguém pensar numa injeção radioativa para olhar o cérebro do outro.
- O cérebro é tão complexo que não é que tenha um lugar para Deus, uma parte do cérebro, mas parece que o cérebro todo se envolve. E isso muda o modo como você percebe o mundo.
A cena sai do laboratório
Aparentemente é possível ver manifestações físicas de Deus em nós. Seja cristão, budista, qualquer espiritualidade. Vivenciar o divino muda o cérebro, muda o modo de vermos o mundo. É fantástico.
A prova de que vivenciar Deus nos muda por dentro, não será surpresa para os crentes. Inclusive os de Houston, da Igreja Lakewood. Eu vim ver como 10.000 cristãos podem ter uma experiência pessoal com seu Deus.
Os pastores desta igreja, Joel e Victoria Osteen concordaram em me ver antes do culto começar, para me falar de sua filosofia. Quero deixar-lhes algo que eles possam usar hoje.
- Não faço muita doutrinação, sou prático. Vou falar sobre o que Deus nos deu, assim eles dirão: “Olha, valeu a pena ir à igreja hoje.” Escute, podemos rezar? Temos um minuto.
- Claro.
- Reze conosco, Morgan. “Obrigado por este dia. Senhor, todas as pessoas que vieram ou vão nos ouvir, pedimos que nos dê as palavras certas. Que cada um sinta sua presença, seu poder. Que tenha coragem, esperança e inspiração. Que todas saibam que estão na palma de sua mão. Eu lhe peço, Pai, em nome de Jesus. Amém. ”
- Obrigado.
- É uma honra tê-lo aqui.
- Nos falamos depois.
- Tem de assistir. Logo vai estar dançando.
- Não preciso de muito para começar.
Salão repleto de pessoas, cantando e dançando ao som de uma banda bem animada.
- Victoria: É bom estar na casa do Senhor com vocês! Nós fomos feitos para ficarmos melhores quando nos ligamos a Deus. Vocês têm a força em vocês.
- Joel: Não vivam sem paixão, sem intenção, sem foco. Agitem o que Deus lhes deu. Ousem dar os passos da fé.
- Morgan: Vou ser direto. Quem é Deus?
- Joel: Creio que Deus é nosso pai, o criador, aquele que nos dá propósito e destino. Às vezes é difícil dizer: “como acreditar em algo que não vejo?” Mas é o que você decide acreditar pela fé.
- Morgan: Você pode escolher acreditar pela fé.
- Joel: Quando Jesus disse: “Quero que venha a mim.” E eu digo: “Você pode falar com Deus como a um amigo. Pode agradecer a Deus em pensamento por este dia.” Deus estará na sua vida na medida em que você quiser. É o que tentamos ensinar, tirar Deus da obrigação de domingo.
- Morgan: Deus tem sido muitas coisas para muita gente e aqui vocês deixam Deus... pessoal.
- Joel: Sim.
- Morgan: Acessível. E prestativo.
- Joel: Exato.
Palco
- Victória: Deus vive e mora em nós. E é uma vida espiritual. É o poder espiritual dentro de nós. É isso que temos de infundir.
Foi um show e tanto. Milhares de pessoas venerando, celebrando, cada uma com uma experiência pessoal com Deus. Isto é fé em Deus, em você. Sua inspiração. Sua força.
Deus é tantas coisas para tantas pessoas. A luz quente do sol. O som doce de uma música. Uma voz interna que nos impulsiona. Um amigo.
Se você me perguntar quem é Deus, eu direi: há um toque do divino em todos nós. Deus está em você, está em mim. O Deus em mim é... quem eu realmente sou no meu âmago. O Deus em mim é minha melhor versão. O Deus em mim é quem eu tento ser. Quem estou destinado a ser.
Boa compreensão da ideia e vivência de Deus. Podemos entender o ganho que teremos sobre a resolução de dificuldades ao incluir a presença de Deus com toda a força que a fé permitir, pois as imagens cerebrais já mostram um implemento da atividade, o que deixa o cérebro mais capacitado.