Onde está localizado o Bem e o Mal? Dentro e fora de nós!
A situação política que vive o Brasil, que é um reflexo do que acontece no mundo, mostra uma verdadeira batalha entre esses dois oponentes, de natureza abstrata, mas de consequências materiais incontestáveis.
Como podemos classificar e identificar os participantes dessas duas linhas de combates e seus respectivos líderes? Pelas armas que eles usam podemos fazer isso. Para que possamos formar nossa opinião e defender nossas convicções dentro de uma ou outra fileira de ação, dependemos de nossas predisposições internas e das diversas narrativas ao nosso alcance.
As predisposições internas são aquelas adquiridas da biologia, dos instintos de sobrevivência associados ao ego, da genética, das nossas aprendizagens ao longo das diversas vivências e que se alojam em espaços subconscientes da nossa vida mental.
As diversas narrativas são construídas com base na Verdade ou na Mentira, com o propósito de trazer o bem-estar para o indivíduo, para o grupo ou para a coletividade. Quanto mais o propósito é trazer o bem-estar para o indivíduo ou o grupo, mais a mentira se torna necessária para desviar a atenção do coletivo e provocar o malogro. A coletividade enganada se torna a principal vítima, o indivíduo ou grupo enganador, se torna o câncer da sociedade, que quanto mais cresce, mais ameaça a vida orgânica, fisiológica, harmônica.
Compreendendo até aqui o estabelecimento dessas duas forças oponentes, precisamos identificar quais são as inteligências que trazem motivações para cada contingente. Primeiro, as forças comprometidas com o bem-estar coletivo, com evolução positiva da sociedade, exigindo muitas vezes do indivíduo comprometido o seu sacrifício material, devem estar sintonizadas com as intenções do Criador, com a Sabedoria Infinita, que tudo criou e que em Suas leis determina o caráter evolutivo da Natureza, com a qual se confunde.
Por outro lado, as forças comprometidas com o bem-estar individual e/ou grupal, que procura tirar os seus benefícios do esforço global da coletividade, precisa usar da mentira para atingir seus objetivos. Precisam atingir uma massa crítica dentro da sociedade para sugar suas energias na base da ignorância ou da força. Como o foco dessa inteligência que levam os indivíduos a se comportarem de tal maneira está situada dentro deles mesmos, então podemos concluir que são forças conscientes e inconscientes da própria criatura, ainda dominadas pela ignorância, sem a devida percepção que devem se ajustar as leis da Natureza, do Criador, de Deus.
Portanto, nós, seres humanos, somos os combatentes do Bem ou do Mal, de acordo com as nossas ações associadas à mentira, voluntária ou involuntariamente, consciente ou inconscientemente, com dolo ou sem dolo.
No dia 26 deste mês, domingo, houve uma convocação da população irem às ruas em todo o Brasil, para protestarem contra o mal da corrupção, dos privilégios de indivíduos e grupos, uma ação alinhada com os propósitos do Bem. Os combatentes dessa trincheira deviam encher as ruas maciçamente, pois, afinal, a grande maioria se diz discípula do Mestre Jesus que ensinava a Verdade como o caminho.
Mas, infelizmente, essa compreensão não chega ainda às massas, que se envolvem em atividades de lazer, com o mínimo que conseguem ganhar para a sobrevivência, se darem conta do quanto são explorados pelos mentirosos encastelados no poder. E mesmo pessoas esclarecidas e bem-intencionadas como combatentes do Bem, terminam fora das ações das ruas, envolvidos que ficam nas ações lúdicas com aquelas do seu convívio e com as quais desenvolvem afetividade.
Concluindo, é da sociedade, da coletividade, que surgem os combatentes do Bem e do Mal, e todos nós possuímos na intimidade, dentro da própria formação, os germens de um e de outro. Resta saber se o que estamos fazendo atende aos meus interesses individuais ou aos interesses do meu grupo, em detrimento da coletividade, ou atende aos interesses da coletividade, mesmo que isso me traga prejuízos pessoais. Só assim saberei qual o tipo de uniforme deverei usar.