Esse livro não quer justificar nem encontrar causas para as atrocidades cometidas pelo regime comunista ao redor do mundo. Também não pretende alimentar a polêmica entre esquerda e direita, discutindo fundamentos ou teorias marxistas. Ele procura, principalmente, dar nome e voz às vítimas e a seus algozes. Vítimas ocultas por demasiado tempo sob a máquina de propaganda dos Partidos Comunistas espalhados pelo mundo. Algozes muitas vezes festejados e recebidos com toda a pompa pelas democracias ocidentais, que parecem não ter conhecimento das atrocidades por eles perpetrados.
Todos que de algum modo tomaram parte na aventura comunista no século passado, com boas ou más intenções, e que se estende por este século, estão, doravante, obrigados a rever as suas certezas e convicções. São chamados para se posicionar, ao lado do Cristo, do Cordeiro de Deus, ou dos Dragões da maldade, que representam os principais exércitos dessa batalha espiritual que atravessa séculos, desde a criação do homem.
Encontra-se, assim, um dos principais objetivos desse livro: à luz dos fatos que são revelados, o Terror Vermelho deve ficar bem claro na consciência de todos que ainda creem num futuro promissor para o comunismo, que ele pode levar à felicidade para dentro da humanidade.
Surge então, a questão: como um ideal de emancipação e de fraternidade universal pode ter-se transformado, na manhã seguinte ao Outubro de 1917 (Revolução Russa), numa doutrina de onipotência do Estado, praticando a eliminação sistemática de grupos inteiros, sociais ou nacionais, recorrendo às deportações em massa e, com demasiada frequência, os massacres gigantescos? O véu da denegação, da ignorância, pode enfim ser completamente destruído?
A rejeição do comunismo pela maioria das pessoas que ainda permanecem com a consciência livre, após terem conhecimento da abertura de inúmeros arquivos que ainda ontem eram secretos, da multiplicação de testemunhos e contatos, é onde consiste a nossa esperança para o malogro das falsas narrativas socialistas. Esses documentos trazem o foco para o que seja amanhã uma evidência: os países comunistas tiveram maior êxito no cultivo de arquipélagos de campos de concentração do que nos do trigo; eles produziram mais cadáveres do que bens de consumo. Essa é uma conclusão que o leitor poderá assumir ao constatar os fatos apresentados e refletir: como podemos, nós seres humanos e cheios de defeitos morais, levar à frente uma ideologia saneadora desses males sem no entanto terminar contaminados por eles?
Uma equipe de historiadores e de universitários assumiu esse empreendimento, de levantar os dados históricos em cada um dos continentes e dos países envolvidos, de fazer um balanço o mais completo possível dos crimes cometidos sob a bandeira do comunismo/socialismo: os locais, as datas, os fatos, os carrascos, as vítimas contadas às dezenas de milhões na URSS e na China, e aos milhões em pequenos países como a Coreia do Norte, Cuba e o Camboja.