Nas batalhas que ocorrem no campo material, existe uma importante instituição que trabalha no campo, recolhendo e cuidando dos combatentes que caem feridos, independentes da cor do seu uniforme, a farda do seu exército: a Cruz Vermelha.
Na Batalha Espiritual em que estamos envolvidos, as forças das trevas jogam a bomba do álcool que termina atingindo 10% das pessoas que sentem seus efeitos. Essas pessoas se tornam dependentes, adictos, escravos do álcool... alcoólicos!
A química da substância álcool se torna uma peçonha, um veneno. As pessoas atingidas perdem sua capacidade de raciocínio, de se reconhecerem doentes, mas filhos de Deus. É como se fosse uma doença invisível. Destrói a vida biológica, financeira, familiar, profissional, espiritual e, principalmente, a dignidade de ser a imagem e semelhança do Criador.
Essas pessoas assim doentes, eram colocadas fora de combate, obedecendo a natureza da doença: progressiva, reflexiva, incurável e fatal. Parecia que nada poderia ser feito para salvar essas pessoas do seu destino trágico, pois até mesmo a medicina se mostrava impotente na sua recuperação.
Foi quando na década de 30 do século passado, um homem chamado Bill, nos Estados Unidos, desesperado para escapar da doença, mesmo sendo ateu, rogou a qualquer Poder Superior, que as pessoas geralmente chamam de Deus, que lhe ajudasse. O Poder Superior ouviu e enviou a sugestão através de padres e pastores, para que essa pessoa conversasse com outra pessoa também atingida pelo alcoolismo, e fizesse um depoimento da sua vida, dos seus sofrimentos causados pelo álcool. A sugestão foi obedecida e no primeiro encontro de Bill com o Dr. Bob, esses dois escravos do álcool perceberam o alívio em suas compulsões e resolveram criar a Irmandade de Alcoólicos Anônimos que se espalhou pelo mundo.
Hoje, observamos que dentro da Batalha Espiritual que continua ferrenha no mundo, as pessoas que se tornam feridas e incapacitadas pelo álcool, qualquer que seja sua religião, nacionalidade, ou partido político, possuem a Irmandade de Alcoólicos Anônimos que servem como a Cruz Vermelha a recolher e recuperar feridos.
Em qualquer cidade por mais simples que seja, podemos encontrar uma sala de AA que serve como enfermaria de um grande hospital. Cada membro que vai à cabeceira de mesa prestar seu depoimento, estar administrando um medicamento através de sua fala a todos os presentes. O conteúdo desses depoimentos, de natureza honesta, humilde, focando os sofrimentos do expositor, gera a formação do Poder Superior dentro da sala, se tornando acessível a cada um dos presentes à reunião, quer sejam alcoólicos ou convidados.
Esta é a atuação do AA, tal qual a Cruz Vermelha no campo espiritual, salvando vidas que de outra forma se mostravam irrecuperáveis.