Há quase 2000 anos o Cristo nos prometeu um mundo novo, o Reino de Deus que poderíamos iniciar sua construção a partir de nós mesmos, da limpeza do nosso coração de toda sujeira egóicas e deixasse a passagem para a livre expressão do amor incondicional através da família universal.
Gastamos tempo com o pensamento surfando pelos diversos campos do conhecimento, adicionando ou não experiências, desprezando conceitos vazios de conteúdo, superando escolas de realizações sem estrutura legítima, misturando informações e elaborando princípios válidos por uns tempos, noutros desconsiderados. Enquanto isso, a palavra-roteiro ensinada pelo Cristo continua hoje tão imperiosa e oportuna quanto o fora no momento em que Ele a anunciou.
As diversas transformações culturais, sociais, científicas e tecnológicas não encontraram meios de invalidar o conteúdo moral e espiritual do Evangelho, apesar da passagem de tanto tempo, através do qual tantas gerações foram consumidas.
O valioso conteúdo do Evangelho permanece inalterado, sendo diretriz e medicamento para as angústias do coração, das incertezas e intranquilidades da mente, dos conflitos e belicosidades das nações, ou grupos de fanáticos e terroristas.
A falta de maior estudo e reflexão sobre os ensinos morais profundos do Evangelho, pode levar à falsa crença de que o comportamento evangélico é pieguista dando origem a personalidades fracas e dúbias.
Olhando melhor, é bem mais fácil a posição agressiva, reacionária, vingativa, quando comparada à resistência pacífica, branda e perseverante nos ideais superiores, sem alarde nem explosões de bravatas exteriores. Esta é muito mais exigente, impondo maior dose de coragem e de abnegação moral do que pode parecer.
É importante que construamos o Mundo Novo, trazendo de volta a abnegação corajosa dos primeiros cristãos, ainda não contaminados pela letra que mata, e sim intuídos pela estesia sacrificial que produz na alma a imediata transformação para melhor.
O Cristianismo deve acender nas almas a empatia da fé, fortalecendo a pessoa para enfrentar os desejos da carne e o império do egoísmo, resultando no comportamento moral e filosófico voltado para a luz e dissipando as trevas.
Nunca como nestes dias, onde o mal e a mentira prevalecem sobre a Terra, a vivência do Evangelho se tornou tão necessária. A dor que inunda tanto os miseráveis que sobrevivem nos lixos, quanto os miseráveis presos em suas mansões com tornozeleiras, é um desafio que precisa ser enfrentado, num vigoroso combate ao comando do Mestre, equipados com amor, fé e razão.
Nesta hora de inquietações, tumultos, dúvidas e incertezas, busquemos no Evangelho a resposta para os magnos problemas do cotidiano. Vamos seguir suas diretrizes de raciocínios e ações, esquecendo as dores e trevas para nos preocuparmos com o auto-burilamento, na incessante faina de ascender e amar. Veremos que é no amor, a verdadeira ciência da vida, que todas as finalidades se encerram e todas as aspirações se concretizam, buscando a direção do Infinito Amor, Deus, Pai.
Lembremos o exemplo dos nossos irmãos, cristãos primeiros, que iam para o holocausto jubilosos: “Glória a ti, Mestre! Os que estamos procurando construir o Mundo Novo que ensinastes, te saudamos e agradecemos!