A batalha espiritual está acontecendo constantemente ao nosso redor, dentro da gente. Pode ser que ninguém observe nada de estranho acontecendo conosco, mas nós, conscientes do nosso papel enquanto soldados do bem, sob a liderança do Cristo e as estratégias de Deus, tenhamos maior clareza do que está acontecendo. Principalmente quando estamos dentro de determinada missão estratégica intuída por Deus e colocada em prática por nossas intenções sintonizadas pelo divino.
Estou nesta última semana em pleno campo de batalha, representado pelo evento universitário “Reino de Deus – uma construção possível?”, aprovado para ser executado no próximo dia 19-10-19. Assumi a posição estratégica de coordenar o evento, e deverei de forma incansável, levantar e organizar todos os pontos necessários, contando com os parceiros que o Pai enviará e o Cristo sensibilizará.
Essa condição estratégica que assumi implica em ter que vencer o adversário que se aloja dentro da minha alma: a preguiça, a procrastinação, o orgulho, a vaidade... Reforçar a capacidade de trabalho, a manutenção no foco, a inteligência para reconhecer e posicionar aliados e rechaçar as investidas dos adversários.
Agora, neste momento de reflexão, onde faço um inventário do que fiz no dia anterior, percebo que sofro uma espécie de torpor mental, a clareza mental que tenho agora ao digitar este texto, não tenho quando chego em casa a noite e deveria aprofundar os detalhes do trabalho a ser realizado. Facilmente desvio do foco e fico nos braços da preguiça deixando a mente divagar por assuntos, que mesmo interessantes, estão fora do foco e não contribuem de imediato com a causa da missão que está tão próxima. Sinto que me distancio da responsabilidade que a missão exige, quanto a esses meus adversários internos, que são os mais difíceis de conquistar.
Quanto aos adversários externos, que podem estar associados aos desejos materiais, biológicos, instintivos, consigo ter um melhor índice de competência espiritual. Assumi a responsabilidade fraterna de conduzir uma amiga que o Pai, em testes anteriores fez sua aproximação a mim, para um estudo espiritual que fazemos nas terças feiras. Nesta última terça feira, pelo motivo de fazer um favor a outra amiga que precisava chegar ao aeroporto, sofri sérias admoestações por ter que deixar a minha costumeira amiga 20 minutos mais tarde na porta de sua residência. Neste caso, estavam 4 mulheres, todas cobertas pela aura do amor romântico, mas o amor incondicional nunca deixou de ficar em primeiro plano na minha consciência, em quaisquer circunstâncias. Por isso consegui observar um forte traço de egoísmo nessa amiga que tanto reagiu aos 20 minutos de atraso em virtude de ajuda a outra que precisava chegar ao aeroporto. Revisei de imediato o meu comportamento e considerei que teria que evitar outro constrangimento e frustração que essa amiga sentiu em função da minha atitude sempre solidária. Não poderia mais ir ao seu encontro para facilitar a sua ida ao estudo espiritual, pois a qualquer momento eu poderia ser acionado por um pedido de ajuda e eu não iria negar por ela estar ao meu lado e não querer se atrasar. Ela iria mais uma vez ser contrariada e agir de forma tão raivosa contra o meu jeito de ser. Um jeito que adquiri em função da sintonia com o Pai, que fez a minha aproximação e aprofundamento fraterno com as dificuldades dela, mesmo trazendo dificuldades para mim. Acredito que o Pai concorda com minha posição de evitar o meu desgaste físico e financeiro para uma pessoa que guarda em suas ações tão forte carga de egoísmo. Sei que ela tem suas razões, mas eu tenho as minhas, essas que acabo de descrever. Estou sintonizado com o Pai e não posso compactuar com o egoísmo, meu ou de quem quer que seja, motivado por qualquer tipo de energia, minha ou do outro, seja vaidade, sensualidade, ou qualquer força instintiva ou sociofinanceira.
Portanto, em suma, considero que tenho tido derrotas no campo íntimo, mas no campo externo tenho tido vitórias. Espero que o balanço seja favorável e que o Mestre e o Pai estejam satisfeitos comigo, até agora, neste fragor da atual batalha.
Que eu não perca minha condição de cidadão do Reino de Deus, e minha responsabilidade de professor para quem queira atingir a mesma condição.