Ao falar em construção, evocamos o trabalho. Não pode haver construção se não houver o trabalho.
Na primeira página da Bíblia, Deus é apresentado como um trabalhador (No princípio, Deus criou o Céu e a Terra - Gênesis 1:1), que descansa após uma semana de trabalho (Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito, descansou do seu trabalho - Gênesis 2:2). Dentro deste trabalho, a nossa consciência humana aponta como obra-prima o próprio ser humano (Então Deus disse: Façamos o homem nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre toda a Terra – Gênesis 1:26). Dessa forma, o ser humano ocupa um lugar único na criação. De todas as criaturas conhecidas até o momento, só a criatura humana é capaz de conhecer e amar seu Criador. Portanto, só a criatura humana, homem e mulher, podem se capacitar dentro das múltiplas vocações, de prolongar e colaborar na obra da criação, expressando a glória (autoridade) de Deus. Nesse sentido, consciente da filiação ao Criador, o homem por seu trabalho, o oferece como oblação (ação de ofertar, oferenda).
No entanto, como fomos criados dentro de uma natureza animal, sofrendo as forças biológicas dos instintos, associados aos interesses egoísticos do corpo, o trabalho pode ser dirigido nesse sentido, se afastando dos interesses do Criador. Assim, se instala o pecado no mundo, o reino da maldade, do materialismo. Quanto mais ignorantes da origem divina, da responsabilidade frente ao Pai Criador, mais envolvidos ficamos com as malhas da maldade, das motivações egoísticas.
Para atenuar a força do egoísmo dentro do materialismo, o Pai envia avatares (manifestações corporais de seres elevados espiritualmente), dentre estes o Cristo que veio trazer a Boa Nova, o Evangelho do Reino. Todas as criaturas humanas agora têm oportunidade de despertar a consciência para a paternidade divina, mesmo vivendo e se relacionando no mundo material, adquirindo a cosmovisão espiritual do Cristo.
A Universidade, cuja missão é promover educação, em todos os níveis e modalidades, para formar integralmente e ao longo da vida, cidadãos competentes, comprometidos com o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação, contribuindo para a melhoria da vida em sociedade, considera o Evangelho a estratégia mais coerente de alcançar esses resultados, reconhecendo a filiação divina como a base fraterna para a instalação da paz e justiça, sintonizado com o advento Reino de Deus anunciado pelo Cristo.
Um dos aspectos de maior complexidade que a Universidade irá se defrontar, é com as diversas derivações espirituais, com seus paradigmas e dogmas. Para contornar essa dificuldade será necessário seguir com rigor as instruções do Cristo, aplicando a lei do Amor, sabendo tolerar a aplicar a bondade.
Cada criatura humana nas suas diversas tarefas dentro da coletividade, pode executar um trabalho com fonte no amor e que leva ao serviço ao próximo, como se tal fosse ela. Não deve ser um trabalho que escraviza a pessoa próxima, que a coloca a serviço da exploração ou da corrupção, sugando a vida dos trabalhadores.
Pelo trabalho devemos assumir o projeto do Cristo confiado a nossa capacidade e responsabilidade, construir o Reino de Deus. Somos chamados a realizar um trabalho que gere condição de vida digna para todos, trazendo para nós o Reino do Pai, como está dito na oração que o Mestre nos ensinou: venha a nós o Vosso Reino.