Pai, mais um ano está terminando, entramos no último mês, e mantenho minhas convicções de fazer a Tua vontade em detrimento dos meus desejos carnais, materiais, que não estejam sintonizados Contigo.
Fazendo uma retrospectiva do ano até este momento, sinto que a balança não pende nem para o lado materialista nem para o lado espiritualista. Tenho muita intenção em fazer a Tua vontade, mas estou preso a compromissos materiais que não sei se atendem a essa vocação.
As necessidades do corpo se impõem na minha mente, termino fazendo a vontade dele e não o contrário como deveria ser: usar o corpo para fazer a Tua vontade.
Sei que sondas o meu coração, tudo bem, lá Tu vais encontrar aquilo que eu digo. Mas quando Tu observas minhas ações, sinto que ficas decepcionado.
O Mestre Jesus me ensinou que devo saber esperar. Não fazer as coisas precipitadas para não ser impulsivo; nem esperar demasiado para não ser preguiçoso. Não consigo fazer essa lição. Em alguns momentos sou impulsivo, assumo tarefas que não posso dar prosseguimento; em outras fico tão retardado que me classifico como preguiçoso.
Eis Pai, o meu dilema. Sei das minhas boas intenções e sei das minhas deficiências em ser prático. Sei que posso pedir o que necessito, o Mestre me ensinou, que Tu sempre vai atender nos limites de minhas necessidades, assim como entendes e não como eu entendo. Portanto, para que pedir se o que vou receber depende da Tua sabedoria, Pai, e não da minha ignorância. Mas, parece que devo pedir assim mesmo, para demonstrar minha humildade, não é assim?
O que vou pedir? Sabedoria? É o que mais eu preciso, até mesmo para saber pedir. Coragem para vencer a preguiça? Também preciso. Inteligência para discernir o certo do errado? No meio de tantas mentiras em que vivemos, também é uma necessidade para que eu não embarque em falsas narrativas como já vivi dentro delas boa parte de minha vida. Fui militante de partidos de esquerda por tanto tempo, sem saber a real luta que existia por trás dos discursos e palavras de ordem. Quanto fiquei decepcionado por ver o que fizeram com o meu país, com o futuro incerto dos meus irmãos, transformados em massa de manobra ou em asseclas de iniquidades.
Por tudo isso, Pai, ressalto o trecho da oração dirigida a Ti que o Mestre Jesus nos ensinou: não me deixe cair em tentações e livrai-me do mal.