O Buda já pensou sobre a melhor forma de caminhar: pelo Meio. Jesus disse que era o caminho. A forma de Jesus agir, fazendo o Bem a quem dele necessitasse e tivesse merecimento, também não mostra nenhuma preferência pela Direita ou pela Esquerda, bastava que a pessoa tivesse bom coração e não cometesse iniquidades voluntária e conscientemente.
Este Caminho do Meio parece ser a forma mais apropriada para caminharmos em direção ao Pai, surfando na evolução positiva. Como podemos fazer essa caminhada pelo meio nos dias atuais, usando a sabedoria do Buda e os ensinamentos do Cristo?
Jesus já nos ensinou o principal mandamento da lei a qual devemos seguir para não sofrer desvios: Amar ao Pai sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Cumprir essa lei na primeira parte, parece não ser tão difícil, pois o Pai está presente em toda a Natureza, inclusive em nós que também pertencemos à Natureza. Agora, a segunda parte, amar ao próximo como a nós mesmos parece mais difícil dentro de um planeta que ainda está contaminado majoritariamente pelo Mal, que nós possuímos dentro de nós forças atávicas que são bem mais fortes que a nossa gerência espiritual, e que as vezes nem nos apercebemos da existência do espírito, o nosso Eu imortal.
Apesar de todas essas dificuldades, nós que conhecemos o Evangelho e queremos praticá-lo assim como nos foi ensinado, temos que iniciar a caminhada. O importante agora é olhar para a frente e ver quais os caminhos colocados à nossa disposição. Olho e vejo quatro caminhos: um à esquerda e outro a direita; outro associado à Misericórdia cujo condutor é o Mestre Jesus, por onde caminham aqueles pecadores arrependidos e os discípulos honestos, e outro associado à Justiça cujo condutor é o Arcanjo Miguel, por onde caminham os desonestos empertigados, maldosos renitentes, hipócritas corruptos de todos os matizes, que não se arrependem dos seus atos e são fustigados pela espada incorruptível do poder divino.
Olhando esses quatro caminhos, percebo que caminhei bastante tempo pelos trilhos da Esquerda, sem saber da essência do que era praticado. Ao perceber as iniquidades que eu estava defendendo sem ter a consciência de era simples elemento que compunha uma massa de manobra para conquistar interesses que rapidamente se mostravam egoístas, corruptíveis e corruptores. Pulei fora e a tendência que tive era ir para a Direita, mas lá também existem os apelos do mundo material, do egoísmo fratricida e, eu estando mais esperto, procurei não me contaminar novamente com o vírus da iniquidade agora sob nova cor. Então, esses dois caminhos fortemente associados ao mundo material, não mais me provocavam atrativos. Restaram agora os dois caminhos associados ao mundo espiritual: da Misericórdia e da Justiça.
Apesar de ser forte defensor do trabalho do Arcanjo Miguel, de já ter ido às ruas com milhões de brasileiros, lutar por Justiça em nosso país, sou mais inclinado a caminhar pela trilha do Mestre Jesus, da Misericórdia com todos aqueles pecadores que se reconhecem no erro, se arrependem e procuram pagar pelo que fez de errado. Fico mais confortável no trabalho de semear as sementes do Mestre na forma do Evangelho, aprender a cada dia suas lições que o Pai disponibiliza pela mediunidade literária, seja nos livros, filmes ou canções.
Este é o caminho do Meio para mim, não estou nem à Direita nem à Esquerda, estou no Centro, dentro das lições cósmicas do Amor ensinadas por Jesus, amparando a todos que despertam da ignorância ou do hipnotismo que o Mal provocou em suas consciências. Aqueles que permanecem praticando o Mal, sem aceitarem a voz da razão que lhes aponta a Luz, não perco meu tempo com eles. Bato minhas chinelas como o Cristo ensinou e sigo adiante, pois lá na frente existem muitos outros que talvez esperem a oportunidade de sentirem a luz. É como diz aquele ditado, um pouco adaptado: “Enquanto a caravana passa, alguns passageiros ficam”.