Nascemos com todos os instintos dentro de nós, montados pelo Criador. Certamente que não são errados, devem cumprir um propósito importante em nossas vidas, a manutenção de nossas vidas biológicas. Essas forças, identificadas como de preservação da própria vida (fome) e da manutenção da espécie (sexo), perpassam todos os períodos de nossas vidas, da infância à velhice.
Mas, ao lado da responsabilidade que temos com o corpo biológico e com nossos descendentes (progênie), existe a responsabilidade maior que devemos ter com nossa alma, o que devemos aprender para ela evoluir. Da mesma forma que o corpo deve aprender a se adaptar às circunstâncias da vida para também evoluir. Todos estamos sob a Lei da Evolução, corpos – matéria; alma – espírito.
Os princípios morais devem emergir à consciência tanto mais precoce melhor, para disciplinar as forças instintivas e não prejudicar ao próximo, que tem a mesma necessidade de evolução que a nossa.
Existem momentos claros de embates entre as forças instintivas e a moral, dentro dos relacionamentos, principalmente nas relações de gênero, onde o instinto sexual, de reprodução, alavanca todo seu potencial.
No embate instinto x moral encontramos encruzilhadas de decisão, de como agir. Por exemplo, devemos nos encontrar ou não com certa pessoa onde existe a possibilidade de interação sexual? Para decidir essa questão devemos avaliar os paradigmas de vida no qual estamos sintonizados e publicamente definidos, divulgados, principalmente com quem está ao nosso redor, com quem convivemos. Se o paradigma permite o encontro, então ele pode ser realizado. Mas, o ato final, da relação sexual, que é isso que deseja o instinto, depende também da outra pessoa. Ela não pode atender os desejos sexuais que ela também possui, indo de encontro aos seus paradigmas, ao que ela pensa como correto, pois isso iria gerar culpas em sua consciência depois que o ato sexual fosse realizado e o prazer tivesse sido alcançado.
Os valores morais neste momento devem ter prioridade e força suficiente para conter os impulsos inconscientes, contrários à moral do Cristo que nos ensinou a “não fazer aos outros o que não queremos para nós”. Se a pessoa que está comigo, cede aos instintos sexuais, por motivo de prazer ou de necessidades materiais, mas sei que isso é contra seus princípios e isso a levará à culpa, tenho que conter meus próprios impulsos sexuais, pois a pessoa não irá ter esse tipo de sexo sozinha.
Esta arena de luta que se passa na consciência dos dois parceiros pode levar tempo de semanas, meses ou anos, até se chegar a uma decisão, certa ou errada, positiva ou negativa, sutil ou escancarada. Quem tiver mais força moral irá conduzir o processo, pois é quem tem a capacidade de fazer as contenções. Os preconceitos devem ser esclarecidos e o Amor Incondicional deve ser o motor das ações.
Todas as forças do Ego estão mobilizadas em busca dos prazeres que indicam a realização dos desejos, dos instintos. As forças da alma, do Espírito, também devem estar atentas e lembrar as lições do Cristo, do Amor Incondicional, e não fazer concessões que impliquem na desobediência da ética, da moral cristã, quanto a prática da Lei do Amor.
São essas ações motivadas pelos instintos e realizadas nos limites da ética que são perigosas. A mente pode ser bombardeada pelos desejos dos instintos e procurar justificativa para o ato iníquo ser realizado. A consciência deve ser o juiz de cada decisão, a Lei de Deus deve ser observada e cumprida.
É o momento crucial de orar e vigiar. Pedir a Deus as forças necessárias à vigilância de nossa alma; vigiar todos os estímulos e tentações que são lançadas contra nós.