Meu Diário
22/01/2020 00h20
RETROSPECTIVA ESPIRITUAL

            Geralmente fazemos a retrospectiva de nossas ações no fim do ano, com o foco no material. O que realizamos, construímos, e o que pretendemos para o ano que inicia. Também podemos fazer essa retrospectiva com um foco espiritual. Vejamos a seguinte estratégia.

            Todos reunidos em círculo, de forma aleatória. Cada um fala dos seus defeitos, que ainda permaneceram no ano que termina. Isso será feito do mais idoso para o mais jovem. Nesta primeira fase, se desperta a humildade de cada um para dizer com coragem e honestidade, aqueles defeitos e/ou vícios, que muitos talvez nem imaginassem que existissem. A forma de ser feita do mais idoso para o mais jovem, é que estes irão aprendendo com o relato dos mais idosos, mais experientes da vida, como falar dos próprios defeitos. Cada um tem o dever de consultar a consciência e apontar os defeitos que encontrar. Nenhum dos ouvintes tem o direito de apontar defeitos que imagine não estão sendo citados.

            No segundo momento, será focada uma pessoa, do mais jovem para o mais idoso, para todos apontarem as virtudes e qualidades que ela apresenta no cotidiano. Dessa forma, as virtudes serão privilegiadas, pois todos podem falar delas, enquanto os defeitos somente são falados uma só vez, pela própria pessoa. O ambiente da reunião será impregnado pelas virtudes e qualidades de cada um, os defeitos ficarão em segundo plano.

            Por exemplo, se dentro do grupo existe um comportamento que é criticado por várias pessoas, na primeira fase desta retrospectiva, a pessoa que percebe a existência dessa crítica, fala como seu defeito tal comportamento que gerou as críticas e que irá se esforçar para evitar que isso ocorra no próximo ano. Na segunda fase, em que todos falam das virtudes dessa pessoa, o clima de hostilidade e desconfiança será fortemente atenuado e tenderá a desaparecer no ano seguinte.

Outra pessoa que age com avareza e ingratidão, ele mostrando os seus defeitos, também mostra a intenção de os corrigir. Quando for a ocasião de ouvir de todos sobre as suas virtudes, sentirá gratidão por pertencer a um grupo que percebe as suas qualidades e isso o deixará motivado para corresponder a tão boa convivência.

            Esta é a estratégia do bem, mas o mal que existe dentro de nós, pode reagir e provocar a desarmonia e desconfiança. Do mesmo modo que existe o aconselhamento para a melhor harmonização, existe o aconselhamento para a desarmonização, mesmo que não se tenha consciência disso. Necessário que as pessoas de boas intenções tenham a maturidade para verificar se a ação que está sendo proposta irá trazer mais conflito que harmonia.

            Se as forças da desarmonia prevalecer num primeiro momento, as forças do bem deverão ficar em silêncio, em oração, pedindo a intervenção dos anjos da guarda de cada um para que a verdade seja mais evidente e desarme as teias do mal. Todos devem ser tratados com respeito. Não alimentar críticas que fortaleçam a teia do mal. Se o mal existe, é como um tumor que está em formação, mas que não podemos puncionar, curar enquanto não amadurecer, no ponto que o pus seja escoado.

            É tempo de orar e vigiar.


Publicado por Sióstio de Lapa em 22/01/2020 às 00h20


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr