Existe obsessão no campo físico? Sim! De que forma elas ocorrem? Allan Kardec diz que os obsessores produzem manifestações ruidosas e persistentes, através de pancadas, batidas, transporte de objetos, combustão espontânea (pirogenia), “chuva interior” (hidrogenia), etc.
Era muito comum os jornais noticiarem casos de pedras atiradas sobre o telhado das casas, ou vidraças quebradas. Panelas e utensílios voando pelos aposentos, pratos e xícaras espatifando-se pelo chão, poltronas, armários e até colchão de bebê pegando fogo espontaneamente. Ninguém encontrava o autor dessas façanhas, nem mesmo a polícia que fica desconcertada frente ao desconhecido. É comum então, pairar o desalento e o temor. Hernani Guimarães Andrade, no livro “Poltergeist”, descreve um desses casos dentre muitos observados.
“A casa estava um verdadeiro caos. Um odor nauseabundo impregnava o ar. As roupas haviam entrado em combustão espontânea por várias vezes. Restava um mínimo capaz de agasalhar devidamente as 8 crianças e os 6 adultos que ali residiam. Havia 8 colchões, 10 cobertores e um sem-número de colchas, lençóis, travesseiros, etc., todos já haviam sido carbonizados. Os vidros dos caixilhos e janelas, todos quebrados. As telhas partidas propiciavam goteiras, inundando todos os cômodos. Uma desolação... O sofrimento coletivo já estava no 7º mês. O que é isso? Poltergeist é uma palavra de origem alemã, composta de 2 vocábulos: poltern = fazer barulho; geist = espírito. Etimologicamente significa espírito barulhento, galhofeiro, desordeiro. Portanto, é uma entidade de ordem inferior o responsável pelo fenômeno.”
André Luiz no livro “Mecanismos da Mediunidade” nos elucida o seguinte: se a personalidade encarnada acusa possibilidade de larga desarticulação das próprias forças anímicas, encontramos aí a mediunidade de efeitos físicos, suscetível de se exteriorizar em graus diversos. Normalmente os jovens mal saídos da primeira infância, são o epicentro destes fenômenos. Servem de medianeiros aos desencarnados menos esclarecidos que com eles se afinam. Com o fornecimento de seu ectoplasma, o espírito produz as batidas, deslocamentos, etc. O fornecedor da energia (ectoplasma) é o Epicentro do fenômeno, e pode comandá-lo inconscientemente. O Epicentro é jovem e não demonstra nenhuma exaustão das forças físicas, embora haja grande produção de eventos.
O livro “Poltergeist” de Dr. Hernani Guimarães Andrade é excelente para quem queira dissecar esses fenômenos que levam o pânico e o desespero a muitas famílias.
Allan Kardec no “O Livro dos Médiuns” apresenta orientações seguras. Na “Revista Espírita” Kardec várias vezes comentou esses fenômenos. Exemplo, o caso do Espírito batedor de Bergzabern ocorrido na Baviera nos anos de 1852 e 1853. Allan Kardec entrevistou vários espíritos causadores desses fatos. Pedem coisas para si mesmos. Uns pedem preces, outros o cumprimento em nome deles, de votos que não puderam cumprir; outros para que possam ficar em paz, pedem para reparar uma má ação praticada enquanto encarnados.
Nas pesquisas de Dr. Hernani aparecem muitos casos de magia, ou seja, “trabalhos” de Umbanda encomendados por encarnados para prejudicar pessoas. A esses propósitos vingativos, associam-se os desencarnados de condição inferior, escravizados neste tipo de comércio de forças espirituais, para satisfazerem apetites grosseiros da matéria.
O Dr. Hernani cita o Poltergeist de Suzano, onde encontrou as 4 condições propostas no seu modelo investigativo: o feiticeiro; os agentes incorpóreos; práticas mágicas capazes de acionar os agentes incorpóreos; e a presença do epicentro no local.
Dr. Hernani conclui: o exorcismo dos espíritas funcionou, bloqueando a segunda condição, isto é, suprimindo a ação dos agentes incorpóreos. Para suprimir os agentes incorpóreos, recorremos à sugestão do codificador da doutrina espírita.
Allan Kardec aconselha-nos a chamar (evocar) o espírito perturbador e através de um bom médium, interroga-lo. Pelas respostas saberemos com quem estamos tratando e agiremos conforme o caso (Livro dos Médiuns, cap. V, item 90).
Temos nestes casos, uma ação anímico-espirítica em plena associação. Em boa parte destes fenômenos, existe uma manifesta preponderância das almas dos encarnados no comando e aliciamento dos fenômenos. Estes fenômenos podem ser enquadrados em obsessões espiríticas, mas também podemos classifica-las como obsessões anímicas. Estes são os fenômenos que ora se encaixam numa ou noutra classificação, pois os seus limites de separação são muito tênues. Trata-se de uma terrível associação entre encarnados e desencarnados, com a formação de quadrilha organizada, tendo em vista na maioria das vezes, uma ação vingativa.
Vejamos alguns exemplos. 1. Caso de Therese Selles em 1911 – França; 2. O Poltergeist de Euclides da Cunha, Bahia, 1996. Às vezes alguém nas proximidades da casa recebia uma pedrada. O agressor nunca era encontrado. Com o tempo as pedradas ficaram mais frequentes e passaram a atingir o telhado da residência. Telhas quebravam e caiam atingindo os moradores. Por mais que vigiassem, os meliantes nunca eram encontrados. Então o negócio começou a piorar. Numa bela noite os moradores acordam com a fumaça... um incêndio havia começado em um dos colchões. Após apagar o fogo, vultos foram vistos nos cantos da casa. A situação chegou num ponto insustentável. Os incêndios ficaram mais frequentes e quase toda roupa deles ficou queimada e imprestável. Resolveram chamar o padre da cidade e ele heroicamente disse que não ia botar os pés naquele lugar assombrado. Segundo o padre, os tais fantasmas eram imaginação popular, mas o povo da cidade sabia a verdade. Ele estava era morrendo de medo de encarar o local. Então procuraram o prefeito. Esse sim, resolveu tomar alguma atitude e quase bate as botas. Ao invés de pedras o prefeito foi atingido por uma machadada nas costas. Assim como as pedras, ninguém sabe de onde veio ou de quem era o machado. Uma senhora resolveu levar uma foto do papa, levou uma pedra na cabeça. Outro quis resolver na bala. Tomou 2 pedradas na cabeça que o deixou desorientado. Havia na família um garoto de 13 anos que tinha mania de falar sozinho e costumava ouvir vozes (epicentro). Então a família passou a frequentar um centro espírita.
3. Família Lutz, EUA, 1976. A família Lutz que foi atormentada por entidades inferiores durante os 27 dias que viveram em uma casa na pequena cidade de Amityville, mais tarde passaria às telas de cinema com o nome de “Horror em Amityville”. Um dos integrantes da família, George Lutz afirmou que durante a noite ouvia o ruído de uma Banda Marcial tocando na sua sala de estar, evento só constatado por ele.
4. Jardim Europa, São Paulo, 1948. Uma família teve sua residência assolada dias e dias por várias chuvas de pedras que se atiravam contra a casa, quebrando vidraças e provocando muitos estragos. A polícia foi chamada, vizinhos foram interrogados, sem solução.
5. Jaboticabal, São Paulo, dezembro de 1965. Uma respeitável família católica tornou-se o centro de uma atividade Poltergeist maliciosa e violenta. Para começar, pedaços de tijolos começaram a cair dentro de casa, aparentemente do nada. Um padre local tentou um exorcismo, mas isso piorou as coisas. Um vizinho, João Volpe, dentista, que tinha estudado assuntos psíquicos, tornou-se interessado e visitou a casa. Ele logo percebeu que o foco dos distúrbios (epicentro) era uma menina tranquila e bonita de 11 anos de idade chamada Maria José Ferreira, que dormia no quarto dos empregados. Levou-a para sua casa para ver o que podia fazer. Nada aconteceu por uns dias. Ao retornar a menina para casa, os bombardeios de pedras e ovos recomeçaram, aparecendo do nada e voando pelos quartos. Volpe contou 312 pedras que tinham caído dentro de sua casa desde que Maria chegou. Nem todas essas pedras eram pequenas, como é frequentemente num caso de Poltergeist. Uma delas pesava 3,7 quilos. Em uma ocasião, uma grande pedra apareceu e começou a descer do teto, depois ela se partiu em dois pedaços cerca de quatro metros do chão. Quando alguém pegou as duas peças, elas pareciam se encaixar como se fossem magneticamente atraídos uma pela outra. Maria começou a se acostumar com a atividade frenética, e foi mesmo capaz de pedir a presença invisível de um doce, uma flor ou algum outro item pequeno que apareciam imediatamente a seus pés. Mas, por alguma razão o Poltergeist mudou seu caráter e um dia recomeçou a confusão na casa. Por quase três semanas pratos, copos e vasos de flores, mesmo pesados, foram lançados ao redor da casa em todas as direções. Todos os utensílios de mesa foram quebrados, móveis foram jogados e fotos foram arrancadas das paredes e atiradas em outras salas. Em seguida, Maria se tornou o alvo de ataques ferozes. Repetidamente Maria apanhava, com tapas no rosto ou na parte inferior, deixando hematomas por todo seu corpo. Sobre ela foram jogadas cadeiras, um grande sofá, e até mesmo um cilindro de gás que tinha sido arrancado da parede. Aparentemente, também tentou mata-la por asfixia enquanto ela dormia, forçando xicaras ou copos sobre a boca e narinas. Agulhas foram encontradas, as vezes, presas profundamente à carne de seu calcanhar esquerdo, mesmo quando ela tinha sapatos e meias. Uma vez, 55 agulhas tiveram que ser removidas. As coisas pioraram. Em 14 de março de 1966, Maria estava no seu almoço escolar, quando suas roupas de repente pegaram fogo, aparentemente provenientes de uma pequena marca redonda que parecia ter sido causado por um cigarro. Na mesma tarde o quarto de Volpe explodia em chamas. Maria vivera na casa do dentista Volpe por cerca de um ano durante o qual os fenômenos diminuíram um pouco, mas nunca pararam completamente. Finalmente, em uma última tentativa desesperada para encontrar uma cura, Volpe a levou para um centro espírita. Um espírito veio e falou por meio do respeitado médium, Chico Xavier, e anunciou: “Ela era uma bruxa. Muita gente sofreu e eu morri por causa dela. Agora vamos faze-la sofrer também...” De volta à casa de Volpe, haviam orações especiais e apelo aos guias espirituais, que impediam qualquer ataque mais grave contra a menina. Ainda assim não se conseguiu parar a atividade Poltergeist completamente. Pedras, frutas e legumes ainda voaram em torno da casa quando Maria estava presente. Pensando que não havia mais nada a ser feito, a menina foi mandada de volta para morar com a mãe. Um dia, em 1970, quando ela tinha 15 ou 16 anos, Maria cometeu suicídio por ingestão de formicida misturado com um refrigerante, e morreu quase que instantaneamente.
Como podemos perceber, não existe acaso no universo. Um fenômeno físico aparentemente sem nenhuma razão, ao ser analisado com profundidade, pudemos perceber a Lei de Ação e Reação (Causa e Efeito). Quando formos chamados a auxiliar nestes casos de Poltergeist ou obsessão por efeitos físicos, o que devemos fazer? Como proceder? Primeiro, atentar para a alta porcentagem de participação dos encarnados que estarão envolvidos no fenômeno. Segundo, tanto quanto possível, espalhar a excelência do Evangelho de Jesus, a fim de que o perdão entre os encarnados e também desencarnados, possa ser definitivo! Desta forma, a paz poderá reinar de forma duradoura. Afinal de contas, estamos na matéria para que? Acertar as contas mal resolvidas do passado! Lembremo-nos sempre: hoje é a colheita da semeadura feita no passado e é o momento da semeadura do que colheremos no futuro! Semeemos então, só amor!