O curso é baseado no livro da Dra. Marlene Nobre, “A Obsessão e suas máscaras” com as observações trazidas por ouros autores espirituais, principalmente André Luiz.
... a humanidade terrena aproxima-se, a cada dia, da esfera de vibrações dos invisíveis de condição inferior, que rodeia em todos os sentidos e, na verdade, a esmagadora percentagem de habitantes da Terra não se preparou para os atuais acontecimentos evolutivos. (Os Mensageiros)
O que vamos estudar é a mediunidade patológica. Nós estamos em contato com uma camada do mundo espiritual muito grosseira, de espíritos muito atrasados, do umbral grosso ou umbral denso, que estão normalmente conosco, todos os dias, e estamos sempre trocando impressões, quer queiramos ou não. A partir do chão até cerca de mil km, contando cerca de 50 kms, temos o umbral grosso, com espíritos muito atrasados, que estão normalmente conosco, todos os dias. Nesse constante vai-e-vem, nõs estamos sempre trocando impressões, quer queiramos ou não. Até 900 km seria o umbral médio, e os 50 km acima, seria o umbral leve.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Na Índia, com os Vedas, “os espíritos dos antepassados, no estado invisível, acompanham certos brâhmanes, convidados para as cerimônias em comemoração do mortos; sob a forma aérea, seguem-nos e tomam lugar ao seu lado, quando eles se assentam” (Manou).
Na China, quer falando ou agindo, não penseis que estejais sozinhos, que não sois vistos ou ouvidos, os espíritos são testemunhas de tudo. (Confúcio, Templo da Luz, 500 anos antes de Cristo.
Na Grécia temos a filosofia de Sócrates e Platão, mostrando que a Terra é uma projeção daquilo que acontece no mundo espiritual, onde encontramos a verdadeira pátria. A Terra seria uma projeção daquilo que acontece no mundo espiritual. Nós devemos a Platão as ideias de Sócrates, inclusive o Mito da Caverna, que traz uma abordagem do mundo neste sentido.
Heródoto relata a consulta de Periando, o tirano de Corinto, à esposa assassinada; Homero nos diz que Ulisses forjou determinadas cerimônias para ter conversa com Tirésias, um espírito de alta envergadura da época; Plutarco, relata a visita de um perseguidor desencarnado a Brutus, um dos assassinos de Júlio César, que apareceu no campo de batalha, para dizer-lhe que ele morreria no dia seguinte, como de fato aconteceu; em Esparta, há a descrição de um templo de Atenas, onde Pausânias aparece e desaparece para os transeuntes, de uma forma desequilibrada; em Roma, Nero consulta também a sibilina da época e é advertido por Agripina e Otávia, que ele mandara matar, a mãe e a esposa, que ele seria julgado e o seu fim estava próximo; dizem também, que os obsessores no túmulo de Calígula faziam confusão no cemitério e foi preciso mandar incinerar seu ossos para que houvesse um pouco de sossego.
JESUS E OS OBSIDIADOS
Jesus enfrentou os obsidiados desde que nasceu. Primeiro, foi Herodes, que mandou matar as crianças de três anos para baixo. Temos no Evangelho diversos casos relatados: Lucas, cap. 4:33-35, onde cita um homem possuído – “que temos nós contigo (Obsessão Direta); Marcos, cap. 5:2-13, onde cita o gadareno, manobrado por entidades cruéis (Possessão e Vampirismo); Mateus, cap. 9:32-33, homem mudo, sob controle de Espírito (Obsessão Complexa, corpo e alma); João, cap. 13:2, Espírito perverso colocou a ideia de negação do apostolado no sentimento de Judas (Obsessão Indireta, a mais terrível das obsessão, pois o obsidiado não se dá conta que está manobrado por entidades cruéis): Atos dos Apóstolos, cap. 8:5-7, Felipe, pregando entre os samaritanos, curou coxos e paralíticos (Obsessão Coletiva. Moléstias-fantasmas); em Pentecostes, temos os sinais luminosos, vozes diretas, psicofonia (xenoglossia (Atos, 2:1-13; em Atos dos Apóstolos também podemos verificar a libertação da prisão (5;18-20), o magnetismo pelo olhar (3:4-6), a imposição de mãos (9:17), a desobsessão (8:7), Saulo de Tarso vê o Cristo (9:3-7), Ananias promove a intercessão por Saulo (9:10-11); Agabo, promove a incorporação (11:28), a voz direta para Paulo e Barnabé (13:1-4), e Paulo vê espírito que pede auxílio aos gentios (16:9-10). Havia muita perseguição e morte aos seguidores do Cristo. Foi assim que Pedro e João foram encarcerados, Estêvão morto à pedradas, Tiago morto pela espada, e Paulo açoitado várias vezes (Mecanismos da Mediunidade, prefácio de Emmanuel).
Também podemos citar as visões de Joana D’Arc, a audição direta de Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Juan de la Cruz, Lutero, Antônio de Pádua, José de Anchieta e a levitação do frade José de Cupertino, frente ao Papa Urbano VIII.
Dentro da história, vamos lembrar de Shakespeare, com suas obras: Júlio César e Hamlet; os pensamentos musicais de Beethoven e Mozart.
Nos meados do século 19, houve nos Estados Unidos, uma grande profusão desses fenômenos na aurora do Espiritualismo Moderno, acentuando-se na Europa, particularmente na França, com o surgimento do Espiritismo em 18-04-1857. Continuou até as primeiras décadas do século 20, despontando no Brasil com o trabalho do missionário Francisco Cândido Xavier.
Na Itália ressalta-se o eminente criminalista Césare Lombroso, que se convenceu das verdades espíritas, após conversar com sua mãe desencarnada, que se materializou, graças a mediunidade de Eusápia Paladino. “O fato de que em todos os tempos e em todos os povos tenha estado sempre viva a crença em algo invisível, que sobrevive à morte do corpo, e que, sob o influxo de condições especiais, pode manifestar-se aos nossos sentidos, torna-nos propensos a aceitar a proposta espírita”. Césare Lombroso (Hipnotismo e mediunidade).
Outro notável pesquisador italiano foi Ernesto Bozzano, que em seu livro “Fenômenos paranormais entre povos primitivos”, também teve como objetivo principal, demonstrar que os fenômenos mediúnicos ou metapsíquicos, não eram juma descoberta do moderno espiritualismo. Ele comenta no livro que, nos povos primitivos, todas as gradações do fenômeno eram observadas, como movimento de objetos, ruídos, pedras, materializações e efeitos inteligentes.
CONCEITOS DE MEDIUNIDADE
Foi com o advento da Doutrina Espírita, que estes fenômenos foram cientificamente catalogados, explicados e estudados, constituindo-se um instrumento valioso para o progresso humano.
Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium (O Livro dos Médiuns, cap. 14). Força mental, talento criativo da alma, capacidade de comunicação e interpretação do espírito, ímã do próprio ser (mediunidade e Sintonia, Prefácio). É inerente ao ser humano, como a faculdade de respirar (Nos domínios da mediunidade, cap. 5). A mediunidade é uma faculdade bem caracterizada (O Livro dos Médiuns, cap. 23).
A mediunidade, como faculdade inerente ao ser humano, resulta do fato de que “há no homem três componentes: primeiro, a alma ou espírito, princípio inteligente, onde tem sua sede o senso moral; segundo, o corpo físico, invólucro grosseiro e material do qual se revestiu temporariamente para cumprimento de desígnios providenciais; e terceiro, o perispírito, envoltório fluídico semimaterial, que serve de ligação entre a alma e o corpo (O Livro dos Médiuns, cap. 23).
ALGUNS CONCEITOS
Allan Kardec classificou em duas espécies os fenômenos espíritas: os de efeitos físicos, que são fenômenos mediúnicos de natureza material (função psikapa da psicologia); e os de efeitos inteligentes, fenômenos mediúnicos de natureza psíquica (função psigama da parapsicologia. Esta classificação foi confirmada mais tarde pelos metapsiquistas e depois pelos parapsicólogos.
Entre os fenômenos Anímicos e Espiríticos, “as duas classes de manifestação são idênticas por natureza, com distinção puramente formal” (Ernesto Bozzano).
Nos fenômenos anímicos, a alma do encarnado também pode produzir os mesmos tipos de comunicações mediúnicas que os desencarnados. O perispírito propicia ao médium as propriedades de espírito livre podendo então, agir e produzir os fenômenos. Portanto, Animismo são manifestações atribuídas ao perispírito do médium.