O princípio da conservação da vida biológica, Eros, que promove o erotismo, se expressa em nossa mente e consciência como libido, que atende ao impositivo da procriação. Então, este é um mecanismo psicofisiológico, criado por Deus, para que possamos exercer o papel de co-criador de novos corpos. Ao atender a libido num contexto que sintonize com o Amor Incondicional, com um companheiro (a) que sintonize da mesma forma, estaremos a fazer estritamente a vontade do Criador.
Freud concluiu, em suas observações, que Eros, no consciente, impulsiona a vida, enquanto Tânatos, no inconsciente, representa a necessidade da morte, como força dominadora. Podemos achar estranho, como uma força positiva e tão significativa, pode existir ao lado de outra força tão negativa e que não temos consciência desse conflito. Ele faz a comparação com a necessidade essencial de alimentação para a preservação da vida, mas para isso é indispensável a destruição do alimento numa complementação total para mantê-la.
Melanie Klein observou que desde o ato inicial de alimentação, o recém-nascido tem uma forma de ciúme do peito materno, sua fonte de vida, num comportamento destrutivo, morder para sugar. Desse modo, segundo ela, confirma a presença de Eros (pulsão pela vida) e de Tânatos (pulsão pela morte). O seio que sustenta a existência proporciona, ao mesmo tempo, o medo de perde-lo, gerando o apego, num conflito que poderá se propagar por toda a existência da pessoa, gerando mais tarde dificuldade de adaptação e de equilíbrio.
Carl Gustav Jung, procurando penetrar no inconsciente humano para encontrar respostas para a conquista da plenitude, apresenta os arquétipos como as heranças primitivas mais antigas, dos quais resultam os conflitos, as aspirações e lutas pela sobrevivência.
Alfred Adler já defendia a prevalência dos instintos agressivos como fundamentais no meio social e a tensão contínua do indivíduo para alcançar objetivos essenciais, mediante a conquista do poder, do aparecer e do triunfar. Quando isso não ocorre surgem os complexos de inferioridade, entre outros.
Dessa forma, a função sexual é sempre considerada como elemento essencial para a aquisição de uma existência harmônica.
O Espiritismo analisa o ser humano num aspecto tríplice: Espírito, períspirito de matéria. Propõe uma psicologia baseada nas experiências ancestrais do comportamento desde os primórdios da sua evolução que, de alguma forma, dão lugar ao surgimento de arquétipos que se lhe manifestam como provas e expiações, ensejando os impulso de vida e de morte, bem como as necessidades de autossuperação, quando mantendo relacionamentos saudáveis com as demais pessoas.
Considerada como fonte de vida pelo milagre da reprodução, é acompanhada pelo prazer no seu exercício saudável, que pode tornar-se também, fator de desequilíbrio quando alguma dificuldade a inibe, direciona equivocadamente através de conduta patológica. Daí a necessidade de uma ética-moral para a função sexual, o que motivou algumas religiões a estabelecerem regras castradoras e preconceituosas através da história, criando situações embaraçosas que ainda prosseguem como heranças infelizes de que a sociedade padece. Isso termina por empurrar o comportamento na atualidade, para a liberação excessiva ou libertinagem, para a castração ou tormentos de outra natureza.
O comportamento sexual deve ser fundamentado na ética do Amor Incondicional, que exige a higiene moral e respeito indispensável tanto a função quanto a integridade espiritual dos parceiros, dentro de padrões equilibrados, constituindo elemento proporcionador de saúde e bem-estar. Assim, contribui seguramente para o desenvolvimento de todos os valores intelectuais e espirituais em que a vida se estrutura triunfante.