Aproveitando a dica observada no texto anterior, onde o Pai João se refere a forma de infiltração perpetrada pelos espíritos das sombras, vista no livro “A Marca da Besta”, iremos voltar á página 377 para observar que forma é esta:
- No mundo dos encarnados, os mitos que envolvem os vampiros tiveram sua origem na antiga Transilvânia, nas tradições da magia ou em contos germânicos. Esse tema vem seduzindo milhões de pessoas e polarizando as atenções ao redor do mundo, desde o final do século XX, e ainda com mais força no início deste século, pois chegou a hora de levar um pouco mais de conhecimento á população. Assim, quando pensamos que a linguagem espiritualista ou espiritista ortodoxa poderia afugentar pessoas, ou meramente causar restrição em certos círculos, têm vindo contribuições através da literatura chamada de ficção e de outras mídias, a fim de começar a dar ciência ao maior número possível de pessoas acerca de como se dão tais fatos nos bastidores da vida.
“Considerando o antigo mito, os vampiros seriam caracterizados por dois aspectos. O primeiro e mais comum, apresentarem-se como mortos-vivos que não podem viver á luz do dia e se alimentam de sangue humano, por toda a eternidade. A segunda versão os tem na conta de enviados do diabo ou do demônio, com objetivo mais definido do que os vampiros da categoria anterior, dos contos que ilustram os livros. No fundo, o mito não deturpa a realidade.
“Temos observado que o primeiro tipo de vampirismo, embora de extrema complexidade, reflete a sede de vitalidade de determinados espíritos, que procuram se manter por meio do roubo de seu alvo mental. Sugam-lhe as reservas energéticas e, desse modo, conseguem sentir todas as sensações que o encarnado sente, como prazer sensorial, físico, sexual e outros tipos de paixões das quais ainda não se desvencilharam. Esses são os vampiros mais comuns; em muitos casos são tratados em reuniões de desobsessão.
“Mas há também os vampiros especializados, como a categoria representada pelos espectros, a elite da guarda dos dragões. Esses sim, seriam comparados àqueles que as histórias classificam como enviados diretos do diabo. Dificilmente encontramos agrupamentos especializados em lidar com tal espécie de vampiros astrais, que detêm não somente o conhecimento, como um refinamento muito específico na forma como atuam.
“Em primeiro lugar, capturam duplos etéricos para serem tratados, elaborados e encerrados em potentes campos de força, coisa que somente poucos espíritos da categoria dos dragões e seus prepostos sabem fazer. Esse conhecimento é tão invulgar, tão pouco difundido, mesmo entre as comunidades das trevas, que uma pequena minoria de seres do abismo é que realmente monopoliza a técnica. Aprisionado o duplo etérico por meio desse método, o corpo físico do encarnado pode sofrer a morte, e, ainda assim, a contraparte etérica não se dissolve, resistindo por dilatado período de tempo. Após essa extorsão, essa apropriação indébita e criminosa, os seres especializados assumem o duplo capturado, acoplando-se nele e moldando-o segundo sua vontade, sujeitando-o á força do pensamento que gerou o processo.
“Surge então, outro aspecto, que não podemos ignorar. Além do roubo do corpo etérico ou vital, empregando mecanismos prá lá de intricados, o vampiro ousa apropriar-se da identidade energética do seu alvo e vítima. Os técnicos realizam aquilo que denominaram de fotografia mental antes de promover a morte da vítima, registrando em imagens as memórias arquivadas no corpo espiritual do ser, para em seguida as transferir, por processo hipnótico, ao espírito que faz a vez de vampiro. De posse dessas memórias, dos registros energéticos e emocionais de sua vítima, o ser hediondo materializa-se na Terra, entre os encarnados, uma vez que o duplo etérico é formado de puro ectoplasma. Desponta no mundo algo pouco estudado pelos espíritas , mas já ventilado por Allan Kardec: as aparições tangíveis ou agêneres. No caso referido, não são nada mais, nada menos que vampiros, na mais exata acepção do termo e na sua mais ampla significação. É a arte de produzir aparições tangíveis aprimorada e levada ás últimas consequências, a serviço dos donos da maldade.
Poucos sabem do quanto podemos estar sofrendo influências desses seres, de forma tão ampla, generalizada. Se os vampiros clássicos nos causam pavor pela tentativa de sugar nosso sangue, quanto mais esses que sugam sangue e suor não de uma pessoa, mas de comunidades inteiras, através da influência na política, na economia, e jogam uns contra os outros, classes contra classes, etc. Tem seres tão convictos na prática da maldade, de atos iníquos contra a humanidade, que não apresenta nenhum pingo de remorso ou arrependimento, que pode muito bem ser visto como um agênere ou uma pessoa profundamente hipnotizada.
O que não ficou bem esclarecido foi a promoção da morte da vítima, pois não ficou claro que essa morte deve ser a que acontece no mundo material, com o corpo biológico, já que o espírito é de natureza imortal.