Paulo ensinava que não devemos servir com a vaidade de agradar os homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus (Efésios, 6:6).
Tenho uma tendência, acredito instintiva, de fazer isso. Mas, sempre que faço me arrependo, deveria ter ficado em silêncio. Quando faço uma ação benemérita em silêncio me sinto recompensado, mesmo que ninguém me elogie.
Esta lição de Emmanuel, que relembra a fala de Paulo, traz um reforço para que eu coloque sempre em prática as ações beneméritas sem tanto alarde ou anúncio vaidoso.
Se eu sei algo mais, devo ensinar a quem não sabe, com o cuidado de não o ofuscar com a pequena luz que adquiri.
Se eu tenho um pouco mais de recursos, devo ajudar ao necessitado, que muitas vezes estende a mão ou pratica algum trabalho insignificante na tentativa de justificar o que pede.
Se digo que sei amar, por que condicionar ao que me pede a uma exigência sem saber que isso pode estar ferindo muito mais do que a negação do pedido?
Se ele estar doente, usando drogas, vencido pela miséria ou pela preguiça, e se quero curar esse mal, por que humilhar o doente, jogando na sua cara suas deficiências?
Se quero melhorar aquele que vive mergulhado nas mentiras e falsas narrativas, não devo maldizer a ninguém em função disso. Cada um que esteja praticando conscientemente qualquer tipo de iniquidade, cabe a ele refletir e mudar de atitude. O que posso fazer é a autodefesa ou a defesa do próximo que está mais próximo, numa atitude de não-violência, segundo Gandhi.
Se quero praticar a caridade, devo ter cuidado para não me aproximar de ninguém com trajes de espinhos, criticando, maldizendo, para que o meu contato ao invés de balsamizar, dilacere o coração de quem sofre.
Devo ter cuidado com a tarefa que o Senhor me confiou. Preciso ter muita atenção com as energias que chegam na minha mente, de interesse coletivo dos trilhões de células que formam meu organismo e que se manifestam através dos instintos. O prazer efêmero que me oferecem pode ter um custo muito alto: a perda da minha oportunidade evolutiva nesta encarnação.
É muito fácil e tentador servir á vista de todos, para que eu receba elogios, apreço, recompensas materiais. É mais difícil servir ás ocultas, sem o ilusório manto da vaidade.
É por isto que, em todos os tempos, quase todo o trabalho das criaturas é dispersivo e enganoso. Sinto que estou dentro dessa dispersão, mas tenho a consciência da tarefa que recebi e me preparei. Falta a coragem, inteligência rápida e sabedoria para fugir das gratificações e honras mundanas e manter minhas ações no silêncio, apenas sintonizadas com Deus.
O servidor sincero do Cristo fala pouco e constrói, cada vez mais, sintonizado com o Senhor, no divino silêncio do Espírito.
O projeto da Polishop que estou implementando mais uma vez, tem esse objetivo de servir. Tem dentro dele a fantasia de que qualquer um pode alcançar uma realidade prodigiosa dentro da empresa, dependendo do trabalho realizado, e isso é verdade. Mas o meu propósito não é a busca de tanto ruído da boca, de tanta recompensa financeira, reconhecimentos pessoais, e sim fazer, de coração, a vontade de Deus, que poucos sabem, apenas os meus parceiros espirituais, e, talvez, nem esses alcancem a dimensão dos meus pensamentos.