A lição básica que a doutrina cristã nos passa é que em tudo devemos está revestido do amor, que é o vínculo da perfeição (Paulo – Colossenses, 3:14).
Isso implica que, para estarmos revestidos do amor, é preciso que façamos uma limpeza dentro de nós, para tirar a sujeira do egoísmo em todos os recantos da alma e coração. Senão, seria como se vestíssemos uma roupa cara e elegante com o corpo sujo e suado. Para fazer essa limpeza íntima, passaremos por tempestades de incompreensão, e para marchar com desassombro por tais situações precisamos da fé.
Este é o caminho que devo percorrer, deverei estar preparado para essas incompreensões que abala o fundo da minha alma. Tenho que ter muito amor ao me deparar com opiniões contrárias, sem embasamento técnico nem cientifico, de pessoas tão íntimas, sangue do meu sangue, que são cobertas por meu amor, e que se deixam contaminar por falsas narrativas, não consideram o meu tempo de vida, os conhecimentos que adquiri, a honestidade de minhas ações, minha sintonia com Deus. São pessoas que alimentam pensamentos diferentes que levam a caminhos também diferentes. Lembro da lição de Jesus, quando disse na aproximação de sua mãe e irmãos biológicos, que sua família era composta por aqueles que faziam a vontade de Deus, quer dizer, que pensavam como ele.
Por isso me considero irmão de Jesus, pois quero fazer a vontade do Pai, como ele queria e fez. Isso implica na minha elevação moral, no resgate de uma vida egoísta, mas dolorosa, pois cada amigo ou parente que eu amo e que se desvia desse caminho, é como um espinho na carne. E encontro vários espinhos dessa natureza.
Este é o meu trabalho cotidiano, de caminhar com amor. Fazendo ao próximo o que eu desejaria que fosse feito comigo, usando sempre a verdade quando necessário e a omissão de fatos quando a preparação do outro ainda é insuficiente para aceitar uma questão, que sabe que é possível acontecer. Isso leva a sacrifícios, suores e também de testemunhos, de praticar aquilo que quero ver implantado no mundo.
Para tudo isso a alma deve estar revestida da caridade que é o amor sublime. Pela caridade posso suportar o peso da ignorância, a dor da ingratidão, as raivas da intolerância. É o exemplo sublime de Jesus, sofrendo na cruz e perdoando os seus algozes porque eles não sabiam o que faziam.
A nobreza de caráter, a confiança, a benevolência, a fé, a ciência, a convicção, os dons e as possibilidades são fios preciosos, mas o amor é o tear divino que os entrelaçará, tecendo a túnica da perfeição espiritual. Devo adquirir a destreza para operar esse tear, mesmo dentro da mais forte tempestade.
A disciplina e a educação, a escola e a cultura, o esforço e a obra, são flores e frutos na árvore da vida, todavia, o amor é a raiz eterna. Tudo isso que posso colher da árvore da vida deve ser enraizado na prática do amor ao próximo, pois assim fazendo estou fazendo a vontade daquele que me criou, amando no dia-a-dia, compreendendo as falhas dos meus semelhantes, auxiliando em silêncio, entendendo a situação de cada um, temperando a bondade com a energia, e a fraternidade com a justiça.
Tenho que ouvir a sugestão do amor, a cada passo, na senda evolutiva. Pois amando, compreenderei; e, compreendendo, vou trabalhando pelo mundo melhor, mesmo com diversos espinhos fincados na carne.