Estamos acostumados a considerar o corpo como se ele fosse o nosso Eu. Apesar da maioria considerar uma religião cristã, pelo menos aqui no ocidente, portanto defender um paradigma espiritual, o Espírito não é considerado na sua existência autônoma.
Uma pessoa acometida de Acidente Vascular Cerebral (AVC) cujos neurônios foram atingidos por um processo isquêmico ou hemorrágico, sofre uma série de sequelas neurológicas que dificulta a expressão do espírito através do corpo. Os parentes correm para o hospital de forma automática, no sentido de preservar a vida do corpo, mesmo que seja através de máquinas de sustentação da vida. Pode passar meses ou até anos em situação vegetativa, sem nenhuma perspectiva de retornar à consciência.
O ponto de vista materialista, de preservar vida do corpo biológico a qualquer custo, termina aprisionando o espírito no escafandro de carne. Sem a aceitação do mundo espiritual, os materialistas gastam fortunas para a preservação desse corpo dos seus parentes, mesmo quando o tempo e o sofrimento mostram a inadequação dessa situação.
O movimento evolutivo da Terra, paralelo ao movimento evolutivo de todos os seres, principalmente os humanos, criam recursos científicos e tecnológicos para o prolongamento da vida biológica. Quando isso acontece com qualidade de vida, nada contra, mas quando a vida é preservada sem qualidade, fazendo todos em volta dela sofrerem, principalmente a pessoa acometida, deixa de ser positivo.
O outro aspecto que podemos considerar e que pode justificar esse esforço em manter uma vida que é inviável, é porque ainda estamos num planeta de provas e expiações, e muitos de nós, a maioria dos que aqui estamos é para pagar ou resgatar alguma dívida. Portanto, o prolongamento da vida vegetativa, cheia de sofrimentos para pacientes e parentes, talvez cumpra essa determinação da lei divina.
As pessoas que adquirem uma melhor compreensão espiritual, que não tem tanto apego pelos recursos materiais, inclusive os biológicos, não fazem nenhuma questão de permanecer mais tempo do que o permitido pela boa convivência. Partem para o mundo espiritual mais alegres do que tristes. Vejamos o exemplo de Chico Xavier, passou para o mundo espiritual sem nenhum tipo de trauma, harmônico consigo e com os parentes e amigos ao redor.
Chega o momento de mudança de paradigma, do material para o espiritual. Isso facilitará a evolução de todos nós, planeta e humanidade. Reconhecendo que a pátria espiritual nos espera, que o corpo é apenas um veículo de aprendizagem, que devemos cuidar dele como cuidamos do nosso automóvel, mas da mesma forma que trocamos de carro quando o nosso já não nos atende à demanda, assim também será com nosso corpo, quando chegar o momento em que devolveremos ele à terra e seguiremos para a prestação de contas de nossos atos.