“Um homem que não se dedica à família, jamais será um homem de verdade”. Esta é uma frase do filme “O Poderoso chefão”, 1a parte. É um filme interessante, pois fala do comportamento marginal da máfia italiana, mas, por outro lado, realça os valores positivos da família.
Lembro também dos ensinamentos de Jesus para criar o Reino de Deus, com base na família universal. Chegou a dizer que seus pais e irmãos biológicos não eram sua família, e sim aqueles que fazem a vontade do Pai.
Com essas informações, por onde decidirá o nosso racional caminhar? Querendo fazer a vontade de Deus? Querendo ser dedicado à família, mas qual família? Biológica ou espiritual? E por quais métodos irei demonstrar minha dedicação à família que escolher? Legais ou ilegais? Éticos ou antiéticos? Morais ou imorais?
São diversas dúvidas que irão necessitar da bússola comportamental que Jesus nos forneceu: amar ao próximo como a nós mesmo.
Cada pessoa deve observar as circunstâncias de sua vida, a dimensão material e espiritual onde vivemos e aprendemos, as lições vindas dos diversos mestres, da ciência e tecnologia, reconhecer a nossa paternidade espiritual única e decidir pelo caminho mais lógico, racional e efetivo para seguir no processo evolutivo com mais pragmatismo em direção ao Pai.
Seguindo tais orientações, reajustei o meu comportamento e paradigmas. Antes eu estava casado com uma mulher, seguindo o ritual da igreja católica, com a perspectiva de viver dentro da fidelidade conjugal até o fim dos meus dias, respeitando todas as exigências da família nuclear.
Considerando a importância da vinda de Jesus entre nós, para nos ensinar sobre o amor e como construir o Reino de Deus, colocando em prática o Amor Incondicional e deixando em segundo plano o amor condicional, tive que, por implicação lógica, deixar de dar prioridade a família nuclear e priorizar a família universal; tive que deixar de dar prioridade ao amor condicional e priorizar o amor incondicional; tive que deixar de dar prioridade ao parentesco carnal, sanguíneo, genético, e passar a priorizar o parentesco espiritual, com aquelas pessoas que se identificam com as lições de Jesus e querem fazer a vontade do Pai.
Com esta mudança dos meus paradigmas, terminei saindo dos padrões culturais da sociedade em que estou inserido. O amor que passo a exercer ao meu redor não é exclusivo de alguém, pelo contrário, é inclusivo, sempre seguindo a bússola de não fazer ao próximo o que não quero para mim. Assim, posso interpretar as informações do filme que citei no início e os exemplos práticos que Jesus deixou com total coerência racional.
A dedicação à família exaltada pela máfia realmente é positiva, mas não segue a bússola comportamental do Mestre, de não fazer ao próximo aquilo que não quero para mim. Quando ele diz que faz uma proposta irrecusável para alguém fazer um favor ou um negócio, coloca a pessoa numa condição que ele não queria para si. Deixa de seguir o Caminho orientado pelo Cristo.
A lição que o Cristo deixou de que sua parentela biológica não são seus parentes prioritários, e sim aqueles que fazem a vontade do Pai, mostra que as iniquidades que algum parente consanguíneo possa fazer no prejuízo do próximo, não devem ser seguidas nem confirmadas como boas. Devemos deixar esses perversos de lado e ficar junto daqueles que procuram fazer a vontade do Pai, que não mentem, que não se corrompem, que são fieis ao que aprenderam sobre a Verdade e procuram praticar, seguindo o Caminho do Cristo, em busca da qualidade de Vida que o Pai nos deu em potencial.