Reconhecendo o paradigma espiritual como o mais coerente e útil para alavancar o nosso processo evolutivo, que o nosso espírito precisa aprender os mais diversos aspectos da natureza para se aproximar do Criador, é interessante estudar quais os instrumentos colocados à nossa disposição para isso.
Da mesma forma que um aluno vai para a escola e precisa dos instrumentos, livros e cadernos, etc., para alavancar sua aprendizagem, o espírito também precisa usar alguns instrumentos para sua educação.
O corpo físico é um dos principais instrumentos. Assemelhado a uma farda escolar que usamos no mundo material para frequentar a escola. Quando saímos do mundo espiritual e encarnamos no mundo material, esse corpo de carne é o nosso instrumento de aprendizagem, uma espécie de vestimenta, alguns chamam de escafandro, de tão pesado que é, comparada a fluidez do mundo espiritual.
O corpo biológico, formado pelas leis da genética, recebe logo na fecundação a presença do espírito que vai implementando suas experiências de vivências anteriores na futura pessoa que virá à luz para se desenvolver e aprender. O corpo possui trilhões de células organizadas em diversos órgãos e sistemas, sendo o mais interessante do ponto de vista comportamental, o cérebro com seus bilhões de neurônios. As células assim organizadas desenvolvem forças intrínsecas denominadas como instintos, preparadas para garantir a sobrevivência e a reprodução de si mesmo. Esses instintos colocados pelo Criador dentro da organização biológica do corpo, é tão egoísta no seu procedimento que a própria Bíblia adverte sobre ele (Jó, 40:15-24) chamado de Behemoth, uma criatura tradicionalmente associada à um monstro gigante, podendo ser retratado como um Hipopótamo, apesar de alguns criacionistas o identificarem como um saurópode ou um touro gigante de três chifres.
Toda força instintiva do corpo se manifesta no cérebro, na arena mental, onde existe também a manifestação do espírito. É aí que se processa o confronto, corpo x espírito; instinto x moral. A tendência natural é que prevaleça a força dos instintos, presentes desde o nascimento. A educação dos pais deve ser a primeira ação de podaçao desses instintos. A própria sociedade desenvolve leis para coibir a manifestação prevalente dos instintos. Apesar de tudo isso, a pessoa tende a burlar a educação e as leis e atender ao que pede seus instintos, seus desejos.
Essa luta ferrenha da pessoa consciente dos seus deveres morais contra os desejos egoístas do corpo, é frequentemente relatado por personalidades como Francisco de Assis, Paulo de Tarso, Santo Agostinho, entre outros. Nós, que não tendo tanta vocação e determinação para vencer os instintos, mais compreendemos essa necessidade, estamos frequentemente lutando para nos manter no caminho reto, fazendo a reforma íntima a cada dia.
Certamente que uma só encarnação num planeta como o nosso não é suficiente para corrigir tantas forças primitivas que existem na nossa arena mental. Mas conhecendo esses mecanismos, estamos mais reparados para a vitória.