Fomos criados dentro da ignorância, coberto pelas trevas, mas com a centelha divina dentro de nós, colocada pelo Criador. Essa centelha divina, mesmo tão coberta pelas sombras da ignorância desde o ato de sua criação, tem sempre um tropismo pela luz para sua evolução, como acontece com um vegetal que tem o tropismo pela luz do sol para fazer a sua fotossíntese.
Jesus, o espírito que esteve entre nós e que é o mais perto do Criador, teve a missão de trazer um pouco da luz divina, aquela que podíamos suportar ou compreender. As suas palavras em alguns pareciam um desvario, não poderiam crer nelas. Assim cita Lucas em seu Evangelho (24:11): E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não as creram.
A perplexidade que surgiu no dia da Ressurreição ainda é a mesma nos tempos atuais, sempre que a natureza divina, invisível ao olhar humano e a sua lógica racional, se manifesta de alguma forma. Será que a eleição de Jair Bolsonaro como presidente teve algo nesse sentido? Pois foi algo que fugiu a lógica, que não obedeceu a um padrão seguido por tantos anos dentro de um contexto institucional que não havia se modificado. Uma pessoa que não prometia benesses, que não se aliou com corruptos, que enfrentou a mídia construtora ou destruidora de personalidades, que não usou o dinheiro que comprava votos, que foi esfaqueado na rua no meio de uma multidão, que não conseguiu seguir em sua campanha, e mesmo assim foi eleito?
No tempo da ressurreição, a mulher devotada que foi em romaria ao túmulo também não foi acreditada, mas havia um Pedro que se dispôs a levantar para averiguar a verdade. Mas aqui, quem faz isso? Agora temos mais tecnologia informacional, mas estão deturpadas. A grande mídia, assim como escolas, universidades, contaminadas pelas sombras e até gerenciadas por elas em alguns casos, procuram construir outras narrativas para desacreditar o esforço de limpeza ética que se realiza. Citam palavras do “politicamente correto” em suas articulações, mas na prática estão comprometidas com as iniquidades. A luz que procura se instalar nos mais grotescos grotões da personalidade humana, é repudiada com violência, com ódio e no mais compreensível diagnóstico, com ignorância.
Nas épocas passadas, todos os instrumentos da revelação espiritual, com raras exceções, foram categorizados como bruxos, queimados em praça pública e, ainda hoje são tidos como dementes, visionários e feiticeiros. É que a maioria dos companheiros de jornada humana vivem agarrados aos inferiores interesses de alguns momentos e as palavras da verdade imortalista, espiritualista, sempre lhes pareceram consumado desvario.
Quem procura seguir a luz da Verdade, da Justiça, da Ética, são acusados do que eles mesmo demonstram ser: terroristas, fascistas, assassinos, corruptos... quem não tem uma boa educação, quem se sente comprometido ou agradecido pelos frutos das iniquidades que receberam ou que pretendem adquirir, ficam aliados dessas distorções sem interesse na busca da Verdade, da Luz que sintonizaria com sua luz interna.
Essas pessoas que agem sintonizados com as iniquidades, podem ser juízes, políticos, empresários e até pessoas que se dizem ligadas à espiritualidade, se dizem cristãos. Mas como podem ser cristãos se não procuram pela Verdade, pelo Caminho que Jesus ensinou para se encontrar a verdadeira Vida, e não essa, materializada, cheia de desejos carnais, egoístas? Entregues ao efêmero, não creem na expansão da vida, dentro do infinito e da eternidade, mas a Luz divina, que se manifestou na Ressurreição do Cristo, provando a eternidade da Vida, prossegue sempre, inspirando os missionários honestos, mas ainda incompreendidos.