Meu Diário
29/06/2020 00h28
LIVRE ARBÍTRIO

            Em toda natureza existe o toque do Criador, a sua interferência trazendo sabedoria e beleza em todos os ângulos da existência. Apenas em um aspecto o Criador que o fez não se permite mexer desde então: o livre arbítrio. Este é um aspecto da nossa consciência, que operacionaliza a vontade para a realização do que desejamos. Existe um pequeno texto circulando na internet que fala do trabalho do pintor Michelângelo, relacionando com o livre arbítrio. Vejamos:  

Quando, em 1.512, Michelângelo finalmente concluiu o afresco do teto da capela Sistina, que é considerado uma das mais famosas obras da história da arte, os cardeais responsáveis pela curadoria das obras ficaram por horas olhando e admirando o magnífico afresco. Após a análise, reuniram-se com o mestre das artes, Michelangelo e, sem pudor algum dispararam: RE-FA-ÇA!

O descontentamento, óbvio, não era com a obra toda, mas sim com um detalhe, aparentemente desimportante. Michelangelo havia concebido o painel da criação do homem com os dedos de Deus e de Adão, se tocando. Os curadores exigiram que não houvesse o toque, mas que os dedos de ambos ficassem distantes e mais: que o dedo de Deus estivesse sempre esticado ao máximo, mas que o dedo de Adão, estivesse com as últimas falanges contraídas. Um simples detalhe, mas com um sentido surpreendente: Deus está lá, mas a decisão de buscá-lo é do homem. Se ele quiser, esticar o dedo, tocar-lhe-á, mas não querendo, poderá passar uma vida inteira sem buscá-lo. A última falange do dedo de Adão contraída representa, então, o livre arbítrio.

            Perfeita essa observação. Deus é onipresente, está em qualquer ponto do universo, por mais distante ou obscuro que seja; é onisciente, tem a consciência de tudo que ocorreu, está ocorrendo e poderá ocorrer; é onipotente, pode a qualquer momento, em qualquer lugar, criar, corrigir ou destruir qualquer coisa. Ele teve a sabedoria de criar o homem com o livre arbítrio dentro da sua consciência, com o objetivo, acreditamos, do homem ser o responsável por sua própria evolução, aprendendo com os erros e se corrigindo dentro da eternidade do tempo.

            Imagino que Deus não queira perto de si um autômato, perfeito, criado por Ele. Imagino que Deus queira algo que, tendo sido criado por Ele, se desenvolva com seus próprios atributos para chegar perto de Si. Assim, o homem enquanto espírito, criado simples e ignorante, tem que passar por todas as experiências da natureza – mineral, vegetal e animal.  Ao longo desse percurso vai adquirindo valores e experiências que o elevam na consciência, até chegar no nível de complexidade biológica, a nível cerebral, capaz de articular valores morais. 

            Este estágio que estamos vivenciando como seres humanos, com a capacidade intelectual de distinguir os valores morais, parece ser a metade do caminho para alcançarmos a condição de espíritos perfeitos, de anjos, e assim nos aproximarmos o máximo possível de Deus, como parece ser a condição de Jesus. 

            Na condição de espírito bem próximo de Deus, Jesus veio à Terra, à Seu pedido, para nos ensinar de forma mais rápida, como nos livrar da força do egoísmo, uma espécie de monstro criado dentro de nós, citado na Bíblia como o Behemoth, que quer tudo para si próprio não se importando em prejudicar ou mesmo destruir o próximo. Jesus veio e nos ensinou a lei do Amor, como o caminho mais correto, direto, para nossa vitória sobre o egoísmo e avançar na evolução espiritual em direção ao Pai.


Publicado por Sióstio de Lapa em 29/06/2020 às 00h28


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr