Quarta-feira. Ontem, terça-feira, dia 07-07-2020, dormi no apartamento, pois hoje devo chegar cedo para fazer as visitas aos meus pacientes internados no Hospital Psiquiátrico Professor Severino Lopes (HPPSL), antigo Casa de Saúde Natal. Sem qualquer intenção abri uma pasta de papelão onde tinha diversos papeis que eu não sabia o que era. Logo vi que eram guardadas conjuntos de folhas. Ao pegar no primeiro, notei que se tratava dos escritos para este diário e o bloco que eu pegara era de agosto de 2008. Quase 12 anos de defasagem no tempo. Fui ler esse bloco de escritos e notei que o relatado era muito diferente o que eu relato hoje. Naquela época o assunto estava concentrado nas minhas evoluções afetivas no meio da mulherada que estava ao meu redor. Eu morava com Sônia na condição de amigo e tinha diversas companhias afetivas, entre as mais constantes estavam duas amigas, que não posso declinar o nome devido a publicidade imediata deste texto.
Fiquei depois a refletir que era o Pai colocando minha atenção no distanciamento dos meus relatos íntimos, uma espécie de cobaia, como forma de servir de instruções para as gerações seguintes. Vi que o teor de meus escritos atuais dentro da política, filosofia e religião também são importantes, mas o relato da cobaia humana talvez seja mais importante.
Sei que os escritos que produzo hoje devem ser publicados, mesmo que me tragam dificuldades no relacionamento com pessoas que pensam política, religiosa e filosoficamente diferentes. Já os relatos da “cobaia humana” não podem vir a publico de imediato, pois isso iria trazer fortes constrangimentos e conflitos sérios dentro do meu rol relacionamentos. Somente o tempo pode autorizar a publicação desses relatos e com a devida substituição dos nomes envolvidos.
Dessa forma, sinto que o Pai chama minha atenção para que eu retorne a fazer os meus relatos íntimos, a “cobaia humana” ainda tem muito o que descrever para as gerações futuras. Termino assumindo duas responsabilidades, continuar a escrever o meu posicionamento humano dentro das circunstâncias sociais que o meio impõe, dando publicidade imediata, e escrever também o meu movimento instintivo sob o controle do espírito, principalmente no campo da sexualidade, que deve ser guardado fora do acesso a qualquer pessoa. Uma espécie de caixa-preta disponibilizada no campo material, pronta para ser aberta no momento oportuno, que não traga prejuízos para ninguém. Pelo contrário, que essas informações sejam úteis para o estudo comportamental de tantas pessoas que se comportam de forma negativa, anônima, com o potencial de prejuízo para tantas outras pessoas.
A importância de manter estes relatos íntimos sem divulgação imediata, tem o intuito de proteger as pessoas envolvidas, e principalmente a mim, que me tornaria o principal alvo de reações fortes e inesperadas. Basta meus leitores saberem desses propósitos, a bem da verdade. Que além dos textos que eles podem ler a cada dia neste diário, também saiba que estão sendo produzidos outros que serão guardados para futura divulgação.
Hoje será o primeiro dia da retomada dos relatos intimistas do passado e que não serão publicados de imediato, como este texto será.