Frente a pandemia do Covid-19 que ameaça o mundo e o uso politiqueiro que tentam e querem fazer da situação, ameaçando a vida da comunidade, inclusive com o aumento do número de mortes, irei transferir uma série de opiniões que circulam pela net e que refletem minha opinião. É de interesse que meus leitores consigam fazer suas próprias reflexões e tirar suas próprias conclusões, num ambiente racional e coerente. Este primeiro texto tem a suposta autoria de Ana Tabet. Digo assim, suposta, por não ter ido em busca da veracidade da autoria, pois o que importa é o conteúdo da mensagem e nela é que está a minha sintonia e a que coloco para os leitores.
POLÊMICA COVID
Ana Tabet
Podem ter certeza: pensei muito antes de escrever este texto. Mas não é do meu feitio me omitir, nunca foi. Estou habituada a caminhar no fio da navalha.
Sou médica e professora de curso médico há 36 anos, trabalhando em hospital público universitário. Acostumada com alunos, questionamentos, condutas, divergências entre colegas e convivendo com tudo isso de forma construtiva.
Aprendi que Medicina não é uma profissão cujas normas sejam imutáveis, estamos em permanente evolução.
Acompanhei o pêndulo da Medicina: o que está certo, hoje, pode se comprovar incorreto amanhã. E vice-versa. Certo, errado, indicado, contraindicado. Prescrito e proscrito.
Para uma determinada doença e para um certo paciente, principalmente, pode haver condutas diferentes, que nem sempre estarão erradas, ainda que contrárias.
Trabalhamos muitas vezes à beira de um abismo, lidando com vidas preciosas.
Criei há vinte e cinco anos, o ‘Clube da Revista’, que se tornou modelo para outros serviços. A cada semana separava dois artigos médicos, de publicações conceituadas, muitas vezes trazendo conclusões opostas para um mesmo problema.
Durante este tempo, fui responsável pela atualização bibliográfica do Serviço, inclusive analisando as estatísticas e discussões, ensinando o olho crítico para metodologias, critérios de inclusão e de exclusão.
Muito ensinei, mas uma coisa aprendi: há duas décadas frequento o ‘Endocrine Society’, um congresso americano de abrangência mundial, e, de cinco anos para cá, a cada vez mais se valoriza a medicina baseada em evidências.
Quando abordamos o tratamento e falamos em evidências, referimo-nos à efetividade, eficiência, eficácia e segurança garantidas pela boa pesquisa clínica.
Apesar disso, é preciso valorizar práticas médicas de sucesso que não tenham, necessariamente, passado por escrutínio de estudos científicos, que, necessariamente, virão, a seguir, validando o que a prática mostrou ser eficaz.
No dia a dia, usamos medicamentos ‘off label.’ O que isso quer dizer? Que prescrevemos medicamentos para doenças não previstas e inicialmente não estudadas para aquele diagnóstico, mas que se mostraram excelentes na prática clínica. Evidentemente, é necessário o consentimento esclarecido e informado do paciente. A ele, em conjunto com seu médico, cabe a palavra final. Direito inalienável.
Assim, com minha experiência médica, posso dizer que, do ponto de vista observacional, depois de analisar vários trabalhos e de ouvir vários especialistas infectologistas, favoráveis ou não, pessoalmente avalizo o uso inicial da ivermectina como medicamento capaz de dificultar a replicação viral do coronavírus, enfatizo a prescrição da hidroxicloroquina como medicamento indicado para uso precoce na doença, associada a outras drogas, caso necessário, sempre por prescrição e a critério do médico assistente, este sim, indispensável, para avaliar as indicações e tomar as medidas cautelares adequadas a tempo.
Cartas na mesa? O uso empírico e profilático da ivermectina contra a COVID vem se mostrando, até agora, uma possibilidade. Pode ser uma esperança. No momento, a única que temos. O que não impede que fiquemos atentos aos sinais e sintomas da doença. Nada é infalível. É possível que surjam medicações mais eficientes, mas - até agora - estamos de mãos vazias. Dificilmente teremos uma solução, apesar da possibilidade da vacina, haja vista a luta anual que travamos com a H1N1 e as mutações virais. Definitivamente, não teremos uma solução a tempo de salvar vidas. Nada existe de definitivo com relação à COVID.
Considero a politização de qualquer medicamento um ato criminoso, ainda mais durante uma pandemia. Uma covardia. E espero que meus colegas estudem e analisem o arsenal disponível na luta contra a COVID de forma realista e isenta, como devem agir os profissionais honrados e comprometidos com a boa prática médica.
Excelente posicionamento. Claro, profissional, técnico, sem paixões ideológicas, a não ser aquelas advindas do juramento hipocrático.