Já fiz antes algumas abordagens no sentido de afastar o ego da prioridade na consciência, quando usei a metáfora do corpo como o carro que utilizo diariamente. Quando faço isso, o ego que é a personalidade do corpo, fica sem autoridade. Todos os desejos que o corpo apresenta na mente, passo a considerar como o painel do meu instrumento corporal que Deus me concedeu para minha evolução espiritual. Se ele tem fome ou sede, reconheço que ele precisa dessas substancias como combustível para funcionar e não perecer. Contanto que eu tenha o cuidado de não ingerir alimentos acima das necessidades, como é o desejo do corpo. Também devo evitar substâncias que tragam prejuízo às suas células, mesmo que tragam prazeres, como é o caso das drogas, principalmente as bebidas alcoólicas. Outro cuidado que devo ter é com o desejo sexual. Sei que é importante para a reprodução dos corpos, mas devo compreender que cada organismo que me relaciono tem os mesmos interesses. Portanto, não devo prejudicar os interesses dos outros para beneficiar os meus próprios interesses. Fazendo isso estarei favorecendo principalmente ou exclusivamente ao ego, ao corpo. O Espírito que permite isso fica comprometido com os prejuízos que tenha causado e gera carma a ser pago nesta ou em outras vivências ao longo das existências.
Portanto, o ego é o único problema que o Espírito irá encontrar, mas com a capacidade de se reproduzir em diversos, como a luz que passa por um prisma. Assim, o ego ao passar pela mente pode se difundir em ganância, raiva, luxúria, ciúmes, etc. Podar esses galhos e folhas iníquas não vai adiantar, pois novos galhos e folhas irão surgir e o tronco do ego fica cada vez mais forte.
Se não conseguirmos eliminar o ego, reconhecendo ele como a personalidade do corpo, diferente da personalidade do Espírito ao qual devemos colocar em prioridade, na condição de gestor. Lutar contra esses sintomas pecaminosos se torna uma luta inglória, pois eles sempre irão surgir se o ego não for confrontado, controlado e deixado em posição subalterna aos interesses do Espírito.
A forma de meditar olhando no fundo do ser, procurando o ego, o conjunto de prazeres, desejos e motivações associados ao corpo, examinando cada pensamento e a tonalidade dos sentimentos e emoções que eles carregam, é bastante útil para sabermos o que devemos fazer para corrigir a direção do nosso comportamento.
Devemos aprender a viver com o ego subalterno aos interesses do Espírito, sabendo que suas necessidades devem ser atendidas desde que sejam em doses suficientes e sem causar prejuízos à terceiros. Dessa forma estaremos caminhando dentro das necessidades evolutivas do Espírito, em direção ao Pai.