Ser um homem de bem, cheio do Espirito Santo, significa ter muita fé. Alcançar o título de sacerdote, pastor, ou qualquer nomenclatura, em obediência aos preceitos da dita religião ou da cultura do mundo, não representa um esforço essencialmente difícil. Basta usar a inteligência na ordenação convencional.
Ser teólogo ou exegeta (pessoa que realiza ou se dedica à análise detalhada de um texto ou de uma obra literária) não relaciona obstáculo de vulto. Requere-se apenas a cultura intelectual com o estudo acurado dos números e das letras.
Pregar a doutrina cristã não apresenta obstáculos de relevo. Pede-se tão-só a ênfase ligada à correta expressão verbalista.
Receber mensagens do Além, da pátria espiritual e transmiti-las a outrem pode ser a cópia do serviço postal do mundo.
Aconselhar os que sofrem e fornecer elementos exteriores de iluminação constituem serviços peculiares a qualquer homem que use sensatamente a palavra.
Sondagens e pesquisas, indagações e análises são velhos trabalhos da curiosidade humana.
Unir almas ao Senhor, porém, é atividade para a qual não se prescinde do apóstolo. Daquele que é grande cooperador do Mestre, compreendendo e seguindo suas lições dentro de um padrão de justiça, verdade e honestidade, aplicando aquilo que diz ao que faz. Esta é a nossa tarefa cristã, independente de qual igreja dobremos nossos joelhos, baixemos nossas cabeças ou unimos nossas mãos.
Todos podemos transmitir recados espirituais, doutrinar irmãos e investigar a fenomenologia, mas para imantar corações em Jesus, sintonizar com Deus, é indispensável que sejamos fiéis servidores do bem, trazendo o cérebro repleto de inspiração superior, aproveitando cada momento para escolher o caminho mais reto em direção ao Pai, compreendendo cada gota ou enxurrada de sofrimento como lição forte ou fraca para disciplinar o nosso espírito, mantendo o coração inflamado na fé viva, existindo no mundo material como cidadão do Reino de Deus, cujas coisas materiais são meros instrumentos de aprendizagem, incluindo o próprio corpo biológico, parentes e amigos nos mais diversos relacionamentos.
Procuro iluminar a tantos quanto se aproximam de mim, desejando manter esse padrão cristão que sei ser necessário. Tenho muitas falhas, reconheço. A imagem do Mestre nem sempre está presente na minha consciência quando tenho que decidir uma questão, por mínima que seja, como dar uma pratinha a um pedinte num cruzamento. Quando acelero o carro com a moeda dentro do veículo, será que não estarei saindo do padrão? Quando o Cristo vem a minha consciência com o seu olhar misericordioso, não será mais dirigido a mim do que aqueles pobres que me estenderam a sua mão?
Este fogo que queima dentro do coração do Mestre se alimenta do egoísmo que está sendo sempre consumido. Por que este fogo não se acende com tanta atividade no meu coração? Por que surge apenas uma fagulha que se apaga ao primeiro sinal de brisa? Por que sou tão mísero escravo de forças biológicas que logo mais o tempo irá espalhar pelos incontáveis caminhos do Senhor, dentro da amplíssima Natureza?
Sim, Pai, por mais que eu queira ser um soldado raso no seu exército do Cristo, exército do bem e do amor, não consigo largar carga dos meus desejos egoístas e formar meu comportamento dentro dos Seus padrões.
Mas, continuarei pedindo, Pai: dá-me inteligência rápida, coragem e sabedoria para faze a Tua vontade e não a minha.