Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
02/08/2020 00h01
INTERPRETANDO A VONTADE DE DEUS

            Posso parecer um tanto pedante ao dar esse título a este texto. Como posso eu, um simples mortal, cheio de ignorância, ser capaz de interpretar a vontade de Deus como fazia os homens santos do passado, os ditos profetas, como Elias, Isaias, Jeremias, etc.? 

            Mas não deixo de sentir assim, e se assim não revelasse, não estaria sendo justo com o Criador que a todos influencia de acordo com a capacidade e a intenção individual de cada um.

            Foi tal o caso dos 11.035,00 reais perdidos para um estelionatário. Deus me fez levantar da cama nesse dia, fato inédito, jamais tinha levantado da cama quando deito para dormir. Logo o sono chega e só acordo com o som do despertador, geralmente as 5h. Nesse dia o Pai não me deixou dormir. Encheu minha cabeça com suas argumentações e tive que voltar para o escritório e digitar de forma organizada. Depois, como os profetas fizeram, chamei as pessoas mais próximas para explicar o que eu tinha entendido e que para mim fazia toda a lógica, coerência e aplicação dentro do contexto que estamos vivendo. Isto talvez seja um pouco da sabedoria que tanto peço a Deus. No entanto, não é sabedoria suficiente para que eu me faça entender e repassar o entendimento claro do que Deus permite e deseja que aconteça como consequência.

            Na pequena reunião que aconteceu logo em seguida, com alguns dos participantes da primeira reunião, tive a comprovação de que ninguém alcançou a real compreensão do que eu pretendia transmitir. Por isso, apesar de eu ter ido mais cedo para a cama, por já estar cochilando no sofá, mais uma vez o Pai interferiu na minha mente, não deixou eu dormir. É como se Ele tivesse chamando minha atenção, de não ter cumprido como devia uma tarefa que Ele me confiou. Fez com que eu voltasse para o escritório e digitasse mais uma vez o que Ele me disse antes e que eu não soube transmitir oralmente. Da mesma forma que Moisés, escolhido por Deus para transmitir ao faraó Sua vontade, e ele levou seu irmão, Aarão, por não saber se expressar oralmente, talvez eu tenha que recorrer ao meu notebook para digitar por escrito aquilo que não sei argumentar com a fala. Pois que assim seja.

            Deus, a essência divina que a tudo criou e que a tudo permeia até os dias atuais e por todo o sempre, está fora e dentro de nós em qualquer lugar, em qualquer instante. Assim como não percebemos a lei da gravidade, ou mesmo o ar que respiramos a todo momento para nos manter vivos, não percebemos com os órgãos dos sentidos a presença e influência de Deus. Mas, pela nossa inteligência, razão e intuição, sabemos da existência da lei da gravidade e do ar que respiramos. Da mesma forma acontece com Deus. A nossa inteligência, razão e intuição termina por vencer a nossa ignorância inata e percebe a existência de Deus a todo momento em nossas vidas e os diversos caminhos que ele coloca ao nosso alcance para ajudar aqueles que já estão sintonizados com Ele e corrigir com o sofrimento de todos os matizes, aqueles que entraram em algum desvio.

            Foi assim que o Pai fez a minha aproximação com a família Vital, pelos caminhos que a Sua divina sabedoria engendrou. Eu, pessoa dedicada a cumprir a sua lei do amor incondicional, de formar a família universal e consequentemente o Reino de Deus, tinha que provar meu valor dentro de uma família altamente religiosa, com uma mãe beata, uma filha freira, um filho pastor, e demais membros altamente atuantes dentro da igreja, com cantores, instrumentalistas, gestores, etc.   

            O Pai usou a solidariedade profissional e a paixão carnal para fazer a minha conexão com a família. Usei a todo instante o exercício do amor incondicional para vencer todas as resistências sem causar ressentimentos. Porém, por mais que eu faça, continuo sozinho na trilha da construção da família universal, que é o meu projeto original. Deus resolveu intervir mais uma vez do seu jeito. Usou o mal para produzir um bem. Foi essa a compreensão da perda dos 11.035,00 reais. Foi o pagamento realizado por quem o praticou para ingressar no meu projeto espiritual, mesmo que fosse contrário à sua natureza. Aceitando isso, acabaria de imediato todo o constrangimento da perda do dinheiro, pois não mais seria uma perda, e sim um pagamento de algo bem maior, que poucas pessoas têm essa graça. Por isso eu, dentro desse raciocínio, não queria que o dinheiro fosse devolvido, pois pareceria que a vontade de Deus seria anulada. O pagamento foi feito de forma irreversível. Quem aceitar esta vontade de Deus e seus propósitos, fica de imediato harmonizado, dando glórias ao Senhor por Sua sabedoria ao nosso favor. Pois este benefício que o Pai traz para mim, de eu não caminhar sozinho por estradas tão estreitas, pedregosas e espinhosas, valeria bem mais dos frutos do meu esforço material. Mas, para quem não compreende essa estratégia divina ou não aceita por mexer na zona de conforto material ou zelo orgulhoso do ego, fica em débito com o Senhor, expresso na culpa da consciência.

            Este raciocínio significa a mensagem que recebi do Pai. Explica que os talentos que Ele nos oferta para evoluir no mundo material, deve estar sempre à serviço das exigências espirituais. Quem não se enquadra neste perfil, sofrerá as consequências dos seus desvios equivocados até encontrar uma forma de retorno ao caminho do Pai. Enquanto isso, a consciência, onde está a lei de Deus, um dia despertará para a harmonia com o Pai, onde nenhuma dor ou frustração, trará sofrimento para a alma.      

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/08/2020 às 00h01