Li pelas redes sociais, do site “Consciencial”, uma parábola muito educativa e que trago para nossas reflexões.
Parábola de Sri Ramakrishna
"Um sannyasin (monge renunciante) vivia nas proximidades do templo de Shiva. Defronte do templo havia uma casa onde morava uma prostituta. Vendo a quantidade de homens que entravam naquela casa, o sannyasin chamou um dia a mulher e a censurou asperamente, dizendo:
“És grande pecadora. Pecas dia e noite. Ó, quão miserável será a tua condição depois da morte!”
Afligiu-se extremamente a pobre meretriz por suas ações pecaminosas e com sincero arrependimento orou a Deus, implorando o Seu perdão.
Mas como o amor venal era o seu modo de ganhar a vida, não se lhe apresentou fácil adotar outra profissão para conseguir o sustento. Assim, toda vez que sua carne pecava, ela se recriminava a si mesma e com profunda contrição de coração rezava a Deus para lhe conceder perdão. Ao notar o sannyasin que nenhum efeito produzira na mulher o seu conselho, pensou dentro de si: “Vou verificar quantas pessoas visitam essa mulher no curso da sua vida”. E daquele dia em diante apurava quantas pessoas entravam na casa da prostituta, pondo de lado uma pedrinha; e, com o passar do tempo as pedrinhas aumentaram até formar montão. Tornou o sannyasin a chamar a mulher pública e lhe disse:
“Mulher, vês este montão? Cada pedra representa um dos pecados mortais que vens cometendo desde minha advertência para abandonares tua má vida. Agora, volto a dizer-te: Cuidado com as consequências das tuas más ações!”
Começou a tremer a pobre mulher, ao perceber como se avolumavam os seus pecados e orou a Deus, vertendo desconsoladas lágrimas de sincero arrependimento: “Ó Senhor, não me livrarás da miserável vida que levo?” Foi ouvida sua prece, e naquele mesmo dia o anjo da morte lhe passou pela casa e ela deixou de existir neste mundo.
Pela estranha vontade de Deus, o sannyasin também morreu no mesmo dia. Baixaram do céu os mensageiros de Vishnu e levaram o corpo espiritual da contrita dama aos reinos celestiais; em troca, os mensageiros de Yama ataram o corpo sutil do sannyasin e o levaram às regiões inferiores. Vendo a boa sorte da rameira, o sannyasin gritou: “É esta a sutil justiça de Deus? Eu, que passei toda a vida em ascetismo e pobreza, sou levado ao inferno, enquanto a prostituta, que viveu em constante pecado está subindo ao céu!” Ouvindo isto, os mensageiros de Vishnu disseram: “São sempre justos os desígnios de Deus; o que alguém pensa, isso mesmo colhe.
Tu levaste vida de ostentação e vaidade, tentando conseguir honras e fama; e Deus deu-te essas coisas. Jamais tiveste sincero anseio por Deus. Esta mulher, ao contrário, orou fervorosamente a Deus dia e noite, embora seu corpo vivesse em pecado. Olha o trato que estão a receber ali na terra o teu corpo e o dela. Como nunca pecaste com o teu corpo, adornaram o teu cadáver com grinaldas de flores e o levaram em procissão, com música, para lhe dar sepultura no rio sagrado. Ao contrário, o corpo desta prostituta, que muito pecou, é agora despedaçado pelos abutres e chacais. Mas, como ela foi pura de coração, vai agora à mansão dos puros. Teu coração esteve sempre ocupado em contemplar os pecados da prostituta, e, deste modo, tornou-se impuro. É por isso que vais à região dos impuros. A verdadeira prostituta foste tu, e não ela.”
Excelente motivação para investigarmos nossas mais íntimas intenções: como está o nosso comportamento? Como está a pureza do nosso coração?