Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
17/08/2020 00h16
PRISIONEIRO

            Como sempre acredito que Deus está ao meu lado e de alguma forma passa instruções para mim, fiquei curioso por eu ter recebido de um clube de leitura um livro que já conhecia a história através dos filmes, diversos, que assisti sobre ele. O livro, “Drácula”, é um romance de ficção gótica, lançado em 1897, escrito pelo autor irlandês Bram Stoker. Que Deus quer que eu compreenda com esse livro? Não tem um foco espiritual que elegi como a vontade de Deus. Já sei da história por tantos filmes que já assisti. Mas algo fez eu abrir o livro e folhear as primeiras páginas. Não tinha preâmbulos que sempre leio. Estrava direto no enredo. Comecei a ler e fiquei atraído pelo relato de Jonathan Harker, a pessoa que foi ao castelo de Drácula tratar de negócios e se viu prisioneiro de forças tenebrosas. À medida que eu lia comecei a entender o que Deus queria me mostrar. Eu também sou um prisioneiro, como Jonathan, de forças que não consigo vencer. 

            Jonatham estava no castelo de um vampiro, Drácula, no qual ele entrou por livre e espontânea vontade, seguindo as orientações do seu patrão. Se viu prisioneiro, não conseguia sair e tinha a sua vida ameaçada, sabia que se não encontrasse uma solução iria morrer nas mãos poderosas de seres tenebrosos, que assustavam toda a região. Parei a leitura nesse ponto, quando Jonathan previa que sua morte aconteceria no dia seguinte e fiz a correlação com minha situação.

            O meu espírito está dentro de um corpo, querendo fazer a vontade de Deus. Da mesma forma que Jonathan entrou no castelo querendo fazer a vontade do patrão.

            Dentro do meu corpo existe um monstro, um ser mitológico, chamado de Behemoth, segundo a Bíblia (livro de Jó). Esse monstro está a serviço do corpo, e não do espírito. Por mais que meu espírito queira fazer a vontade de Deus, a força de Behemoth me impede. Os desejos e instintos que ele joga na minha mente, palco onde se defronta com meu espírito, geralmente ganha dos meus propósitos espirituais. Esta é a minha condição de prisioneiro, vivo dentro de um corpo, fazendo a vontade dele, expressa nos sete pecados capitais, e não na minha, de fazer a vontade de Deus. 

            Eis o recado que Deus quis passar para mim. Não adianta eu orar para Ele me ajudar, se eu não encontro forcas dentro de mim para vencer o Behemoth. O tempo está passando, o corpo, que deveria ser instrumento para a vontade de Deus, termina dominando as ações e fazendo tudo que lhe dá prazer, inclusive se reproduzir e está pronto a formar outro corpo e subjugar novo espírito que venha lhe administrar.        

            Já não tenho tanto tempo para administrar esse corpo, quanto o tempo que já administrei. A cada dia se aproxima a hora do meu desencarne e o trabalho espiritual que o Pai me confiou não é concluído. Estou cercado de seres amados, encarnados e desencarnados, que torcem por minha vitória, de deixar a condição de prisioneiro e administrar o corpo que me foi confiado sem obedecer a tudo que ele quer, principalmente naquilo que é incoerente com os propósitos espirituais.

            Mas não desistirei. Mesmo sabendo da minha condição, permanecerei lutando para vencer o Behemoth, para o domesticar e ser o meu ajudante nos projetos espirituais, e deixar de ser o seu vassalo nos seus projetos materiais, individualistas, egoístas. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/08/2020 às 00h16