Recebi um vídeo antigo de um programa de jurados conduzido pelo apresentador Sílvio Santos, onde uma das juradas fez uma pergunta que gerou uma resposta muito especial, apesar de simples, que trago aqui para nossa reflexão.
- Sílvio, por que você sempre foi vitorioso?
- Realmente eu costumo ter mais vitórias do que derrotas por uma razão. Quando o ser humano está com a razão, Deus é o seu advogado. Ninguém vence o ser humano quando ele tem razão. Quando o ser humano não está com a razão, Deus é o juiz e o demônio é o advogado de quem não tem razão. Quem tem razão, forte ou fraco, vence sempre. O Bem sempre vence o Mal. O Mal vence por alguns minutos, por algum tempo, mas o Bem sempre vence o Mal. E não teríamos razão para viver, mesmo que essa vida termine no pó, não teríamos nenhuma razão para viver se o Mal vencesse o Bem.
Pode parecer simplória, mas para mim tem uma inteligência implícita, muito útil para os dias atuais, onde a guerra entre o Bem e o Mal adquire alta proporções, onde a mentira, o fake news, domina o noticiário, onde não sabemos bem onde nos situar, mesmo querendo estar do lado do Bem, podemos muito bem, estar alinhado com o Mal. O campo político estar emaranhado com esse caldo, onde o Bem as vezes usa as armas do Mal, e o Mal as vezes toma decisões bem próximas ao Bem.
É necessário que sejamos atentos, prudentes ao analisar toda ação do nosso conhecimento. Podemos estar convictos de estar certos, mas alguém de fora, de olhar neutro, pode perceber muita incoerência com a verdade, com o Bem.
Lembro que em 2002 eu defendia as posições políticas da esquerda e votei no Lula que se elegeu presidente pela primeira vez. Logo veio o escândalo do mensalão, onde foi descoberto o pagamento a parlamentares para eles votarem na proposta de interesse do governo. O presidente que elegi dizia que não sabia nada do que ocorria, todos sabendo que essas maracutaias tinham origem no seu gabinete, nas pessoas mais próximas, de total confiança. Isso fez com que eu tirasse o meu apoio a esse presidente e ao seu partido. Em seguida, diversos outros escândalos vieram à tona e todos os níveis da administração se mostraram comprometidos com a corrupção. O país sentia esse sangramento dos seus recursos para os bolsos e para a ideologia dos administradores de esquerda. O caso da Lavajato foi o estopim que colocou milhares de brasileiros nas ruas de todas as principais cidades, e entre eles eu, à procura de uma solução para tanto descalabro. O Congresso parecia todo contaminado pela corrupção, vários deputados e senadores com mais de um processo de má gestão ou corrupção com o dinheiro público. Enriquecimento instantâneo e vergonhoso acontecia às nossas barbas, como o filho de Lula e parece que todos estavam com rabo preso às iniquidades.
Dentro desse contexto, uma só voz parecia fazer eco ao nosso clamor nas ruas, a do deputado federal Jair Bolsonaro. Dessa forma ele foi eleito, inclusive com o meu voto, da forma mais bela que se pode imaginar, algo que eu sempre sonhei fazer na campanha de um simples vereador e não conseguia. Me eleger sem comprar votos de ninguém, ser eleito porque o povo tinha confiança em mim. Nunca usei dinheiro de cota partidária, diretamente. Posso ter sido beneficiado indiretamente por alguma propaganda na qual eu fui incluído.
Esta foi minha trajetória até chegar neste ponto em que defendo até agora o presidente Bolsonaro, porque não vejo ele fazer nada de iniquidade que os seus antecessores fizeram. No entanto, pessoas da minha mais alta estima, educadas, politizadas, fazem duras críticas por eu estar apoiando um presidente dessa estirpe. Será que estou errado? Deixo aqui a reflexão para meus leitores ajudar nessa compreensão: será que eu estou tendo Deus como advogado ou como testemunha de acusação? Pois e eu considerar que estou errado, tenho que rapidamente mudar de opinião. Mas tenho que ter argumentos sólidos para isso acontecer, como aconteceu a minha posição politica, de esquerda para a direita.