Meu Diário
14/09/2020 00h12
O BRASIL TEM UMA MISSÃO – HENRIQUE DE SAGRES (8)

            Continuemos o estudo interpretativo da obra de Humberto de Campos / Chico Xavier... “Brasil coração do mundo, pátria do Evangelho”, continuando no capítulo “O coração do mundo”, onde o Mestre estava descendo das esferas superiores. Conversa com Hilel, o seu sociólogo, chegando à descoberta da importância espiritual do Brasil e da necessidade dele encarnar em Portugal como o Infante Dom Henrique de Sagres, para acelerar a descoberta dessas novas terras.

Mãos erguidas para o Alto, como se invocasse a bênção de seu Pai para todos os elementos daquele solo extraordinário e opulento, exclama então Jesus: 

— Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore do meu Evangelho de piedade e de amor. No seu solo dadivoso e fertilíssimo, todos os povos da Terra aprenderão a lei da fraternidade universal. Sob estes céus serão entoados os hosanas mais ternos à misericórdia do Pai Celestial. Tu, Helil, te corporificarás na Terra, no seio do povo mais pobre e mais trabalhador do Ocidente; (entendendo essa informação como “a nação mais humilde da Europa”, Leonardo faz nova crítica: Em que sentido Portugal seria a nação mais humilde da Europa? Economicamente? Militarmente? Moralmente? É bem questionável tal afirmativa. Mais à frente, o texto acabará propondo sentenças contraditórias em relação a essa suposta liderança em termos de humildade.) instituirás um roteiro de coragem, para que sejam transpostas as imensidades desses oceanos perigosos e solitários, que separam o velho do novo mundo. Instalaremos aqui uma tenda de trabalho para a nação mais humilde da Europa, glorificando os seus esforços na oficina de Deus.

Aproveitaremos o elemento simples de bondade, o coração fraternal dos habitantes destas terras novas, e, mais tarde, ordenarei a reencarnação de muitos Espíritos já purificados no sentimento da humildade e da mansidão, entre as raças oprimidas e sofredoras das regiões africanas, para formarmos o pedestal de solidariedade do povo fraterno que aqui florescerá, no futuro, a fim de exaltar o meu Evangelho, nos séculos gloriosos do porvir. Aqui, Helil, sob a luz misericordiosa das estrelas da cruz, ficará localizado o coração do mundo! 

Consoante a vontade piedosa do Senhor, todas as suas ordens foram cumpridas integralmente. 

Daí a alguns anos, o seu mensageiro se estabelecia na Terra, em 1394, como filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, e foi o heróico Infante de Sagres, que operou a renovação das energias portuguesas, expandindo as suas possibilidades realizadoras para além dos mares. O elemento indígena foi chamado a colaborar na edificação da pátria nova; almas bem-aventuradas pelas suas renúncias se corporificaram nas costas da África flagelada e oprimida e, juntas a outros Espíritos em prova, formaram a falange abnegada que veio escrever na Terra de Santa Cruz, com os seus sacrifícios e com os seus sofrimentos, um dos mais belos poemas da raça negra em favor da humanidade. 

Foi por isso que o Brasil, onde confraternizam hoje com todos os povos da Terra e onde será modelada a obra imortal do Evangelho do Cristo, muito antes do Tratado de Tordesilhas, que fincou as balizas das possessões espanholas, trazia já, em seus contornos, a forma geográfica do coração do mundo. (Leonardo faz crítica sobre isso: Trata-se de um comentário confuso. Ora, se analisarmos a costa oriental da América do Sul, que hoje constitui o litoral brasileiro, nós não teremos a forma aproximada de um coração. Isso só pode ser admitido com a expansão da América portuguesa para muito além dos limites portugueses estabelecidos pelo Tratado das Tordesilhas. Previamente, somente analisando a geografia da região, fica difícil visualizar “...em seus contornos, a forma geográfica do coração do mundo”, a não ser que o texto se refira a toda a América do Sul, mas o texto frisa, especificamente, “o Brasil”). 

  São detalhes que ao meu ver podem merecer a crítica, mas não suficiente para anular ou desviar o objetivo de instrução que é trazido pela produção do livro em estudo.


Publicado por Sióstio de Lapa em 14/09/2020 às 00h12


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr