Mateus escreveu (6:33) uma fala de Jesus muito pertinente para os nossos dias de hoje: “Buscai primeiro o Reino de Deus e sua Justiça.”
Apesar de todo o meu empenho e boa vontade sobre os esclarecimentos que tenho a partir do Evangelho, encontro dificuldades significativas para equilibrar convenientemente a razão intuída pelo espírito com o coração mergulhado nos instintos.
Tenho um bom conhecimento do mundo espiritual, da missão que o Pai reservou para mim, após tanto aprendizado e orientações que Ele me proporcionou. Frente a essa dificuldade que parece me prender dentro de uma zona de conforto corporal, recorro a fé que adquiri, na paz espiritual que conquistei, no anseio de luz, na solução dos grandes problemas internos que me aprisionam.
Sei que, frente a tantos problemas internos, forças egóicas que me aprisionam, não passo de um simples aprendiz que precisa aprender o be-a-bá das realizações. Recebi a missão de construir a maquete do Reino de Deus a partir da matriz do marketing multinível e tenho que colocar os primeiros tijolos, mostrar que essa tarefa tem predomínio sobre todas as outras no caminho evolutivo que cada um deseja seguir, fazendo com que o próximo veja a importância para si de se agregar a tal empreendimento. Tenho que mostrar ao próximo a autoridade moral que já possuo, por mínima que seja, que possa alavancar esse projeto, uma autoridade personalíssima, mas intuída pelo poder de Deus, que mostra o caminho mais agradável de se aproximar da luz, as comodidades fáceis de se fazer amizade e lutar pelo bem-estar do próximo.
Tudo isso requer tempo e muito trabalho. Não é porque seja fácil que o trabalho seja excluído. O caminho para a luz está respaldado por muito trabalho. Isso significa sair da zona do conforto, algo que o corpo, o Behemoth, abomina.
Sei que é difícil aceitar a condição de discípulo, de seguir as orientações de alguém, de limitar meus desejos e ações em função das orientações do Mestre. Seria bem melhor ser o favorito do Pai sem ter que seguir as lições daquele que veio para nos ensinar sobre os caminhos que devo seguir.
Mas, para construir essa missão que Deus colocou na minha consciência, devo ouvir o que o Cristo disse aos discípulos naqueles dias distantes, mas que chega aos meus ouvidos agora, de bom tom. Devo ir casa a casa, geralmente na companhia de alguém, como Ele ensinou, e se alguém não quiser receber a Boa Nova, que eu bata o pó dos chinelos e caminhe para frente.
Sei da minha natureza humana corporal, da natureza corporal do meu próximo, e que ainda são prevalentes na consciência, com desconfiança, com ociosidade, com medo de assumir compromissos que implique em trabalho, mesmo que isso seja uma estrada para mais próximo do Pai.
Sei também da minha natureza espiritual, da natureza espiritual do meu próximo, que é esta natureza que tem a responsabilidade de gerenciar o corpo e que promovendo o trabalho que o Pai espera de mim, estarei burilando o meu espírito nas aguas lustrais da experiência. É isso que procurarei fazer com cada pessoa próxima.
Lutarei, sofrendo e aprendendo nas variadas esferas que me forem apresentadas, nessa luta evolutiva e redentora. Considero a extensão das bênçãos que me felicitarão os esforços. Acredito que seja útil à minha felicidade e equilíbrio permanente ouvir com atenção as palavras do Mestre: “Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça.”